Monday, February 28, 2011

Passar a ferro (part 1 de 2)


Hoje vi alguém a passar a ferro!
Como gajo que sou, passar a ferro foi algo que passou ao lado durante anos. Sabia que existia, do mesmo modo que sabia que existia a unidade de processamento de multas.
O policia pedia-nos os documentos e passado algum tempo a multa aparecia.
Do mesmo modo eu punha a roupa para lavar e ela aparecia depois perfeitamente lavada, passada a ferro e arrumada na gaveta no local original de onde a tinha tirado.
Foi só quando comecei a viver sózinho, que descobri o “Passar a roupa a ferro”.
Foi um insight parecido com aquele do miudo da cidade queum dia é levado a uma quinta e é apresentado a fonte dos bifes.
A primeira impressão é de choque. A vaca não se parece nada coaduna com o bife. Porque, quanto mais não seja a vaca é muito grande e o bife vem em pequenas embalagens de plástico branco. O comprimir a vaca de modo a caber na embalagem de plástico é para todos os efeitos um feito tecnológico assombroso aos olhos do miúdo.
Como o miúdo, lá estava eu. De um lado um montão de camisas sujas e do outro a necessidade de ficar apresentável. Por razões de espaço existe um limite ao número de camisas novas que se pode comprar.
Portanto o que faz um gajo??? Claro vai a uma loja e compra máquinas.
Comprei uma máquina de lavar e um ferro de engomar.
A escolha da máquina de lavar é relativamente fácil. Primeiro um gajo pega nas especificações técnicas tais como capacidade total, eficiência energética, número de programas etc, . Toma notas, lê toda a informação disponivel, analisa, compara e compra a aquela que não é a mais cara nem a mais barata. Feito.
Já a escolha do ferro de engomar é diferente.
Para além de ferros a vapor, existem ferros a caldeira, com fundo antideslizante, com fundo antirugas, fundo inox, fundo cerâmicos, com super glide, com sulcos, sem sulcos. Depois ainda podem ser com/sem borrifadores, auto limpantes, com/sem sistemas anticalcário, com 3 botôes, com só um botâo para tudo, eu sei lá.
Nos ferros ao truque do escolher a 2ª ou 3ª mais barata não funciona. A mesma marca pode ter vários modelos a preços diferentes, mas outra tem preços diferentes e caracteristicas iguais.
Felizmente os fabricantes pensaram nos gajos. Todos os Ferros têm uma coisa chamada POTÊNCIA. Potência é uma coisa que um gajo entende.
Aqui sim pode-se aplicar a regra de gajo. Vi quais eram os mais potentes e escolhi o segundo mais barato.
Acabei com um ferro de engomar com 2.500 W de potência com base em inox, pega em cortiça que pesava mais que um panela de cozido à portuguesa.
2 dias e 2 camisas novas depois lá chegou a máquina.
Maquina montado, vamos ao livro de instruções.
12 progamas, botão temperatura, botao de ligar e desligar. Boa é fácil.
Mas depois vem a gaveta do detergente, do amaciador e anti calcário e outra para a pré-lavagem.
Detergente vinha com a máquina, o resto não. Se não vem não deve ser preciso.
Para já isso de amaciador tem um ar mariquinhas, gajo que é gajo não precisa de coisas macias. Quanto ao anticalcário depois ver-se-ia.
Com o básico vai de ir ao cesto da roupa suja e toca a encher a máquina.
Depois colocar o detergente. Tempo de ler as instruçoes do detergente:
-Para uma carga de 5 Kilos colocar 2 porções no depósito do detergente!
2 porções mas, porções de quê.
À procura do valor da porção, volta-se ao manual de máquina. Este claramente diz que as instruçoes do detergebte estão erradas. Na realidade para uma carga total deve-se usar medida e meia de detergente.
Mas o que é a medida?
Soluçaõ de gajo. A caixa do detergente tem um nivel de máximo. Enche-se o depósto até ao máximo. Problema resolvido.
Temperatura é fácil vai a frio, sempre gasta menos luz. O mesmo para a escolha do programa. Lavagem Normal.
Liga-se a máquina e já está.
2 horas depois a máquina apita a roupa está lavada. A loucura invade o estádio.
Mas estranhamente a roupa lavada está molhada. È preciso pendurá-la para secar. È preciso uma corda.
Lá vou eu ao supermercado comprar uma coisa para por a roupa a secar. Compro um daqueles de armar e como me pareceu pequeno, comprei também 15 metros de corda.
Volto a casa, armo a coisa, começo a pendurar roupa e claro não chega. Tenho de usar a corda.
As cordas tem uma propriedade estranha que é necessiatem de pontos de apoio.
Olhei para a cozinha e amarreia corda ao puxador duma porta depois a outra porta. Como sobrava corda , estiquei o restante e prendia ao puxador da janela.
Lá comecei a por o resto da roupa, com o peso a porta abriu e a roupa ficou a tocar o chão.
Estranhamente também a roupa molhada liberta àgua pelo que fiquei com a cozinha inundada.

A 2ª parte da descoberta da Passagem a ferro fica para amanhã.

Sunday, February 27, 2011

Loneliness


Loneliness is hard. Everyone knows that. No human likes to live alone.
The question is why?
I have seen relationships that simple were not working.
I have seen relationships working by fear alone.
I have seen relationships based on violence.
I have seen relationships dependent of material goods.
In al cases if you ask why they keep together the most common answer is because I can not live alone.
Loneliness is the worst punishment possible for a human being. The solitary confinement on prisons is an example.
People left on solitary for a long period will get mentally and physically ill over time.
Is it because people need people?
Well not exactly. Some people turns out to pets from whatever type, color and shape in order to cope with loneliness.
In this case they turn their pets into their companions.
They talk to then, they tend their needs, they hold then tight and call then sweet names.
Well basically they love then.
So can Love be the answer? Can Love be what people in the end need? The ability of been able to love and to be loved back.
People will stand everything if they love and fell loved for someone.
I had a friend that had a bad relationship with her boyfriend. He really mistreated her, not physically at that point, but by all other ways.
She has nice and beautiful and I several times asked her why she persisted to have that relationship that simply was tearing her apart. Why simply not move on.
Her answer was adamant:
-Because I love him, and I know that he also does in the deep of his heart!
I tried to point out that his love should be very deeply hidden indeed.
At this point she got mad and told me that I could not understand it, because I never had been that in love so I could not know.
At the end she did stop talking to me as, by her words, I was not interested in her happiness.
I really believe that it is Love that drives most of our actions.
Not Love as in sexually motivated, but the basic feel of belonging and to belong, of, in the end, a sense of completion. Humans do need to feel that they matter to someone and that someone matters to then.
At solitary confinement what breaks you in the end is the lack of interaction with others. But as long as you know that in the end you will get back to your group where they will manifest their support. If you do not have anyone to return to that the breakdown will be certain.
Because then you are lonely. Life becomes a succession of days and nights, and in the end a total emptiness will fill you as a person.
It is the same for people that for one reason or the other have their personal solitary confinements. Worst in their cases they feel more and more by each passing day that only death will put an end on it. At least prison solitary will have an end date.

Loneliness will empty you inside out.
Love, by the other end will feed you of those moments when you are holding hands with someone and the world simply vanishes and there is nothing then simply 2 people just in love by each other. Moments when everything makes sense, and you fell that your life is full and makes all the sense.
 It is the search to have then back again that motivates people to avoid loneliness throw bad relationships where most of the times those moments are gone for good.

Saturday, February 26, 2011

Writer's Block


Nos últimos 4 dias não consegui escrever nada de jeito.
Aparentemente estou a caminho de ser um escritor. Já tenho “Writer’s block”.
O “write’s block” na Tv consiste em escritores sentados, ou em computadores ou junto a  máquinas de escrever a olhar fixamente, ou para o blimp dum cursor, ou para um papel em branco. Noutros casos o papel/ecran não está completamente branco. Têm ou um titulo ou já têm uma primerira linha escrita. Normalmente do tipo:
 - Era uma noite fria de Outono.....
Ou
- Foi numa noite quente de verão....
Ou
- Estava sentado numa esplanada quando, surgida do nada, apareceu....

No meu caso foi a segunda opção que surgiu.
Tive várias primeiras linhas:
Uma foi:
“Hoje vim um homem a passear um cão...”
Outra foi:
“Hoje vim um avião no ar...”
Houve também:
“Hoje vim alguém a passar a ferro.”
E finalmente houve
“Há muitos anos atrás havia um a formiga, uma cigarra, um homem e um canguru....”

No meu caso também a página branca não existia. As diversas linhas originaram:
A primeira 2 histórias, a segunda outras 2, a terceira uma e a quarta outra.
Seis histórias que neste momento estão arrumadas no meu computador, mas todas elas inacabadas.
O que é estranho no meu “Writer’s Block” não é a falta de palavras para acompanhar as ideias iniciais. No meu o que falha é o encandeamento.
Normalmente as minhas histórias, a partir dum certo ponto, passam a ter vida própria e escrevem-se a elas próprias. Eu só as coloco no computador.
Nestes 4 dias aconteceu o mesmo, só que a direcção que cada uma tomava não era aquela que inicialmente eu pretendia. Isto é eu começava com uma ideia e quando dava por isso a história decidia ir nouta direcção.
Como tenho de acordar cedo para ir trabalhar, o limite de tempo para que cada história esteja pronta para ser publicada é a 1;00 da manhã. Como nenhuma conseguiu atingir esse limite, foram ficando na gaveta.

Hoje cá estou outra vez ainiciar uma história, mas desta vez vou deixá-la correr até ao fim e ver o que sai.

O “Writers block” é um velho conhecido. Não na escrita, mas em várias outras coisas. Nestas alturas tem outros nomes. “Juizo block”, “ Sensibilidade block”.. etc.
Estes block’s passam a vida a acontecer-me.
Basicamnte começo a fazer algo com uma intenção, mas depois parece que a coisa gnha vida própria e acaba numa direcção completamente oposta.
Vamos a um exemplo.
Há muitos anos, tinha todos os dias de apanhar um comboio para poder ir ao Liceu.
Esse comboio, ao chegar à estação, e antes de parar passava por um portão que era a saida que dava directamente para a rua do Liceu. Passava por lá mas ia parar cerca de 10 metros mais à frente.
Gajos do Liceu são como a gente sabe chicos espertos, desafiantes de todas as regras de bom senso.
Portanto ao longo de meses foi treinando a saída em andamento dos comboios, tentando-a elevar a uma arte. Ao fim de algum tempo era especialista.
O truque está em apontarmos para a direcção do movimento, descermos ao último degrau, agarrarmos ao corrimão da porta e lançarmos com toda aforça para trás e para fora. Sò podemos bater com um dos pés no chão e alongamos a passada o máximo que podemos até bater com o outro, nessa altura inclina-se o tronco para trás. Ao fim de 3 passadas para frente podemos andar normalmente e mesmo parar se quisermos.
Ao lancarmos para fora e para trás abandonamos e contrapomos a inércia provocada pelo movimento do comboio. Desta forma compensa-se já parcialmente a velocidade, o restante é eliminado pelo inclinar do tronco e pelas passadas finais. Normalmente 2, 3 passos são suficientes.
Outro dos truques é analisar a velocidade do comboio. Existe um limite imposto pelo primeiro  imapcto com o solo, e a passada. Se o impacto for muito a perna cede e portanto a passada seguinte será pequena, como a perna já está flectida o tamanho das passadas a seguir a essa é também mais pequeno. No limite pode-se provocar entorses ou uma corrida à Speedy Gonzalez a qual não é cool. Cool era fazer a coisa com 3 passos ou menos.
A coisa sempre correu bem e era giro ver pelo canto do olho a cara das pessoas quando se saia a voar do comboio, um misto de incredubilidade e de reprovação. Excelente para o ego dum gajo na puberdade.
Hoje não vou discutir o acto em si. Vou no entanto agora colocá-la no contexto da história de hoje.
O contexto hoje é coisas que se começam duma maneira e ganham vida própria com desfechos diferentes dos planeados originalmente.

Bom, um dia vinha num comboio e durante a viagem entrou uma das raparigas que eu achava ineressante na altura.
Já a conhecia, e conversámos durante toda a viagem. A certo ponto da conversa entrou o cinema e os filmes interessantes que estavam em exibição.
Para quem não saiba, na altura, quando se queria sair com alguém a única coisa que se podia fazer numa fase inicial era ir ao cinema. Meter o cinema ao barulho durante uma conversa com uma rapariga era uma fase obrigatória quando se queria fazer mais qualquer coisa para além de conversar em comboios.
Com o cinema metido à conversa. Nós os dois passámos à fase de quais os filmes que ela queria ver, aqueles que ela não tinha com quem ir.
È evidente que ir ao cinama com alguém e as amigas é um convite à desgraça. Para além de agradarmos a ela, temos que agradar às amigas, mas sem que agrademos de mais a elas. Por outro lado o uso da obscuridade da sla de cinema fica grandemente reduzido.
Sabendo quais os filmes que ela potencialmente queria ver, independemente das amigas permitia passar à fase seguinte que era colocar a ideia de eu tinha a mesma vontade de ver o mesmo filme.
Nesta altura dependente da reaçção podemos finalmente considerar colocar ou não o convite.
Nessa altura, uma rapariga e um rapaz irem ao cinema juntos ficava a um passo de namorar.
Pelo que a resposta ao convite, incluia sempre uma fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar”. Os “Sim” à primeira eram raros e estavam muito dependentes da parte introdutória.
A fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar” podia ser mais ou menos longa. Isto porque embora conversa fosse relativa ao filme ou ao cinema em global, a verdade é que o que se estava ali a discutir era o possivel e provável relacionamento entre 2 pessoas. Era sempre uma conversa que requeria tempo.
Bom portanto lá estou eu e ela, já conversámos de cinemas, filmes e filemes que gostaria de ver, mas acho que não tenho com quem ir e lanço a questão do se calhar podemos ir juntos. Ela reponde com o “ Se calhar podemos” .
Bandeira verde penso eu. Podemos passar ao convite.
Mas neese momento o comboio começou a entrar na estação aonde eu ia sair.
Assim caso entrassemos na fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar” , era claro que não ia haver tempo para resolvê-la duma forma correcta. Ela também podia dizer “ Sim”, mas e ela o não fizesse. Pesei a questão durante uns momentos e finalmente preferi perguntar em que comboio é que ela ia voltar, disse-lhe que também voltava nesse e combinámos a carruagem para fazermos a viagem juntos.
Disse que ia sair ali e levantei-me. Ela disse que saia na estação a seguir, e fomos os 2 até à plataforma das portas.
Quando ela se levantou e veio comigo, fiquei com a certeza que se escolhesse o filme certo, iamos mesmo sair juntos. Como resultado comecei a andar num colchão de ar, e tudo à minha volta era lindo e maravilhoso, o comboio é maravilhoso, o revisor era maravilhoso, os outros passageiros eram maravilhosos, a estação era maravilhosa, o dia era maravilhoso.
Despedi-me dela, disse-lhe até logo, vim para a porta, desci o degrau, e naquele momento, por entre o quão maravilhoso era o mundo, e o colchão de ar em que eu andava, decidi que o que havia a fazer era o showoff do salto acrobático do comboio.
Então lá estou eu no degrau, olho para ela, digo-lhe adeus, pisco-lhe o olho e vrumm. Lanço-me para fora e para trás.
Se bem se recordam o truque está em apontar para o sentido de andamento do comboio, de modo a que com o salto para trás diminua a inércia inicial.
O problema foi que ao dizer adeus e ao piscar o olho, me agarrei ao corrimão errado. Pelo que quando me lançei em vez de estar apontado para a frente estava apontado para trás. Quando saltei em vez de diminuir a inércia, aumentei a velocidade inicial.
Uma décima de segundo após me ter lançado apercebi-me do que tinha feito, mas já era tarde e tive só tempo de me agarrar com toda força ao corrimão. Com todo o corpo lançado em voo, e como o corrimão era liso, as mãos foram deslizando pelo corrimão até ao local onde se prendia à porta. Enquanto escorregava ainda consegui olhar para a rapariga ver o ar entre incrédulo, assustado e desaprovador que lhe passava pelo rosto.
Como estava suspenso pelo suporte do corrimão, caí de rabo na plataforma e lá foi arrastado. Agarrado ao corrimão, cabeça ao nivel do degrau, rabo no chão, pernas a cair para a linha, sapatos a voar.
À minha volta ouvia os gritos, de dentro do comboio, da estação a gritar, o silvo do apito do chefe da estação, os travões a chiar,  quando alguém activou a paragem de emergência o barulho do ar comprimido a activar os travões. Eu com o rabo a começar a a ficar quente, a tentar levantar os pés para não bater nas traves da linha com um sucesso muito relativo.
Finalmente o comboio lá parou. Eu larguei-me do corrimão e subi à plataforma.
Todo o comboio com cabeças a assomar às janelas a olhar para mim, a rapariga branca agarrada ao varão a olhar para mim, toda as pessoas da estação aos gritos de ficou sem as pernas, caiu do comboio, o revisor a perguntar se estava bem e a perguntar se eu tinha escorregado, o chefe da estação a correr para mim. Todo o foco do local estava em mim. De repente lembrei-me que não tinha sapatos e disse ao revisor que me amparava pelo braço, que ia buscá-los. Ele ainda esboçou um protesto mas lá me larguou. Eu dirigi-me ao longo do comboio a coxear, desci à linha, agarrei os sapatos, calcei-os e fugi o mais depressa que podia.
Ao subir à outra plataforma diminui a velocidade para um coxear rápido, enquanto me desviava das outras pessoas em direcção à saida. Ao passar por elas ouvia-as a comentar entre elas que alguém tinha caido e que se calhar tinha ficado sem pernas. Todos os olhares virados para o comboio do qual tinha saido. Eu nem sequer olhei para trás, sempre à espera que alguém me parasse e me responsabilizasse pela paragem do comboio, pelouso do sinal de emergência, por toda aquela comoção. Quando finalmente sai da estação parei no primeiro lugar mais recatado que encontrei e dei uma vista de olhos ao meu estado. Casaco queimado pelo atrito, calças rotas, sapatos rotos no calcanhar, equimoses e escoriações várias. Tornozelo dorido. Tinha tido sorte.
Escusado é dizer que não voltei no comboio que ela ia apanhar. Mais, a partir dai, evitei durante meses a carrugem que eu sabia que ela apanhava. Quando a via ao longe enterrava-me no banco, num livro, atrás de alguém, só nunca me enterrei debaixo dos bancos porque nunca foi preciso. Só falei com ela muitos anos depois e básicamente foi um Olá.
Foi algo que começou duma maneira, ganhou vida própria e acabou duma forma muito diferente daquela que se estava à espera.
Este é o meu “writer’s block”.

Tuesday, February 22, 2011

The Game


Today I am kind of empty.
I already started 6 stories none of which was particular good. I am been dropping then altogether.
So up until now, I have been sitting at my computer listening to online radio and letting my mind just fly.
The fact is that I am felling a bit down. Not for any particular reason, or at least one that I can pinpoint. One that would allow me to point my finger at it and say:
-There you are, you rascal! Just stop bugging me, let me enjoy my music!
These downers are not new to me! Moments where everything seems so empty, seems so pointless.
On the old days I used to call then, my Vodka Eristoff moments, Black Label of course.
Once, in one of these moments, a friend of mine tried to get me drunk.
He tokes out a chess table, a bottle of Eristoff, a couple of glasses the size of the ones used for bourbon, and we went on a nice game of chess. The deal was to get a glass of Eristoff Black label per play. The Vodka was to be drunk in one shot.
So we started.
Pawn e2-e4 - Glass of vodka
Pawn c7-c6 - Glass of vodka
Horse g1-f3 - Glass of vodka
You get the drill....
For those of you, who do not play, I can say that, to open a chess game, meaning preparing pieces for attacking the opponent, it is necessary to do around 7-8 moves. These times 2 players, represents 14-16 glasses of vodka.
Also, chess openings are more or less standard, the moves are defined and do not require a lot of thinking. Therefore you can do a full opening in less then 15 minutes.
As we had to fill up the glasses, in 20 minutes we had 14 bourbon shots of Vodka.
It was a very interesting game.
The bottle did not survive the half of the game. I truly do not remember how much time the game took but and because as at a certain point, planning more then 2 moves ahead has quite difficult, I am sure that it was less then 90 minutes.
I do remember some parts of the game. One is my friend, at one point, just moved the queen onto my King and called "Check-mate". When I just toke his piece, he started to explain that I couldn't do that because the queen was protected by a bishop. When I asked him which bishop he realized that he had lost that piece 3 moves before.
I also remember one of the discussions regarding a new rule. If we promote a pawn to a pawn and get it back safe to our side, we should be able to promote it to King. At that moment it made perfect sense. It is hard to get a pawn to the opponent side safe. If with that we could promote it to a Queen, bringing it back should be rewarded with a King.
We never finished the game.
But for me this was the chess game I have had more fun with.
Sometimes now, I look back and I can not avoid feeling some sort of envy for that guy. Not because of the Vodka, or because of the game, just because he could do things just for the fun of doing then.

Monday, February 21, 2011

Perdidos e achados


Hoje estava a olhar para a parede da sala.
Não é que tenha uma parede fora do comum. É uma parede creme que começa no chão e acaba no tecto, ou talvez comece no tecto e acabe no chão.
É quase como aquela coisa do copo de caipirinha meio cheio ou meio vazio.
Se está meio cheio é uma boa oportunidade para o acabar de encher.
Se está meio vazio o melhor é acabar de o esvaziar para o voltar a encher.
Esta coisa do meio cheio, meio vazio é também muito importante na análise de mais coisas.
Uma é claramente as pinturas egipcias.
Existem corredores e corredores, papiros e mais papiros, todos meio cheios de hieróglifos e, ao mesmo tempo, desenhos e mais desenhos de pessoas, de deuses, de faraós, de gajas dos Faraós, de cães dos faraós, de gatos dos faraós, mas todas elas têm em comum, o ar de estar meio vazias.
Em aparte aponto o estranho facto de as gajas dos faraós não terem um nome genérico; existe rei e a rainha, imperador e imperatriz, marido e esposa, mas para faraó não existe faraoa. Mas adiante...
Isso das figuras meio cheias é um pouco estranho. Já que, se virmos bem, todos os restantes artifactos da cultura egípcia são cheios de curvas.
Basta ver ao vivo uma estátua duma gaja de qualquer dum dos faraó para perceber que em termos de curvas, os faraós tinahm muito em comum com o Hugh Hefner.
Portanto por um lado estátuas cheiinhas, por outro papiros meios vazios.
Eu cá acho que a razão da diferença tem a ver com os 3D.
Tuda a gente sabe que os egípcios foram visitados pelos estraterrestres. È essa a relação das dimensões das pirâmides é Pi. Os egipcios não podiam conhecer Pi, nomeadamente porque Pi é uma letra grega e não egipcia. Se Pi fosse egipcio tinha de se chamar Set.
Os extraterrestres quando visitaram os egipcios, para além de Pi, deixaram-lhes uns ocúlos 3D especiais que lhes permitiam ver os papiros a três dimensões.
Na realidade, se olharmos com atenção as imagens e as estátuas que ainda têm pintura, todas elas têm assim como uns círculos à volta dos olhos.
Estes círculos diz-se para aí, que são, pasme-se oh alma, maquilhagem.
Tenham paciência. Será que eles acham, também que o faraó fosse o tipo de homem capaz de andar com um ar gingão, um braço à frente, um outro atrás, chegar-se ao pé dum escravo e dizer com os seus olhos cheios de mascara azul:
- Olhe, tá a ver... Eu vou empurrá-lo.... tá a ver...... ali para dentro, tá ver..... onde estão aqueles crocodilozinhos, tá a ver..... Veja lá, tá a ver.... se se poê a jeito, tá a verrrr... para eu não estrgar as unhas, tá a ver....
Tenham paciência....
Lamentavelmente esse óculos, assim como, as respostas a várias perguntas, tais como, a data do fim do mundo, o Significado da Vida e "Aonde é que pára a Policia" perderam-se nas malhas do tempo.
Ás vezes dava jeito haver um seccção de perdidos e achados, lá para os lados da Antártida, onde se pudesse procurar e encontrar essas coisas que os egipcios e outras civilizações perderam.
Os gregos poderiam encontrar lá a estátua perdida de Zeus e utilizá-la para equilibrar o orçamento.
Bush poderia encontrar as armas de destruição maciça e recuperar algum amor próprio. Portugal poderia encontrar a Sanidade Mental que perdeu lá para os lados da batalha de Álcacer Quibir.
A última vez que a Sanidade foi vista, ia a correr desvairada, o vestido a esvoaçar atrás do D.Sebastião a gritar:
-Sebastião! Pára!!!!! Não vais para aí! Isso são lanças e elas picam!
Esse lugar de Perdidos e achados poderia, por outro lado, ser utilizado como nós usamos as arrecadações.
Sempre que não queremos algo coisa pômo-la lá. Rádios velhos, camas velhas, revistas velhas, as prendas das tias, etc.
Os gregos, por exemplo, podiam usá-lo para colocar lá o defice público.
Os portugueses poderiam colocar lá ...... sei lá...... hum..... o défice do estado..... não, se caiu 58% em 2 meses mais 2 e passamos a superavit; então poderiamos lá por a GALP... não, por assim atiravamos para o desemprego todos os 10 trabalhadores e os 20.000 gestores, supervisores, managers, etc; então poderiamos lá pôr os cacilheiros.... não eles ficam tão giros a atravessar o rio....
Na verdade desde que a sanidade mental se foi, a verdade verdadinha é que tudo nos faz faltapor uma ou outra razão. Faz-nos falta as revistas velhas, os 1.245 pregos, porcas e parafusos que ou sobrem das montagens dos móveis da Ikea, ou que de lá caiem ao fim duns meses. Faz-nos falta os 73 cm de fio de pesca que usamos à 20 anos num trabalho da escola. Faz-nos falta os serviços públicos que usam os prazos na totalidade e que no último dia, quando lá vamos colocam o selo branco num qualquer papel que entregamos há 2 meses.
Faz-nos falta porque realmente usamos todas essas coisas. Ao usá-las defenimo-nos como Povo – O Povo dos desenrascados.
O Povo dos conhecimentos e dos pequenos favores, o povo que usa um prego qunado não tem parafusos, o povo que usa o fio de pesca quando faltam as porcas, que usam as revistas velhas para enbrulhar as figuras de Natal.
De outro modo..... Deus me livre, podiamos ser suiços.....

Sunday, February 20, 2011

Bathtub and hairdryer


Today I watched "The Family Man" a 2000 film with Nicolas Cage and Tea Leone. It's a light comedy based on choices in life and on the "What if?" question.
What if I had opted by the other choice?
It is not a good theme for a light comedy as, unless you are thinking about it, as you are looking at a lion’s mouth 3 seconds before it closes.
This because, you can not go back to that precise moment in time. It is gone.
In the case you are 3 seconds away of getting eaten, the only reason to do the exercise is, to at least, distract your mind from the big whitish fangs that now you see.
Real choices in life happen seldom. Life is mostly driven by the add-up of small decisions which sometimes are taken long before the time they real matter. For instances if you break your leg when skiing, the major decision is not when you decide to start the descend, unless it is your first time.  The major decision was taken when you decided I want to learn Skiing. Since then you already did some slopes and unless you have broken a leg each time, today's decision was a minor one.
Minor decisions are related on how you live your life. Normally they do not need major thoughts behind then. That does not mean that they can not have a great impact on your life. These impacts are what we call accidents. For instance plug in a hair drier as you are still in bath will most of the times, be a shocking high impact decision. But will never be a major one. You do not spend several hours thinking on it. If you did, by the time you finally decide to make something, your hair would be long dry, so no point of plugging it.
Minor decisions can also provide valuable lessons to be use next time you are in the same spot. If you plug the hair dryer and survive, you will never do it again.
Major decisions are related on how you want your future to be. Normally you need to think about then, get more information, balance pros and cons.
In the above case, if you survive the shock, then you can decide either on not using a hairdryer or not having bath again.
Major decisions have impact not only on us but also in people around us. The level of impact can vary from high to low.
For instances, having a bad hair will surely have less impact then not having bath for a month.
Major decisions can not be reverted as you can not go back to that point in time. Also value of lessons learned is low.
If you decide not take another bath, you can not go back to the 1st day you need one. The learning you will get after a couple weeks will be not related with the decision itself, but how others will react to you.
Mostly you will get more space on most public transportations, which is good, but you will also have to deal with the lack of sex, which is bad.
Major Bad decisions also will help in decide which kind of a person you are.
Good decisions will not as you do not get any lessons from then.
Major Bad decisions will definitely provide some inputs.
The way you will deal with then defines you as a person.
If you use public transportation a lot then not taking a bath will be a GOOD decision. Therefore input is No bath à more space.
However, if you do like sex, not taking bath is a BAD decision.
Inputs now are No bath à no people interaction à no sex. I need to think on other people needs, not in my fears. I will face my fears and become a better person in the end. And finally I will have sex again.
The way as you deal with the results of your decisions will define you as a person, and will define the way others see you also as a person.
More important then thinking the “What if?” is really to deal with “What now?” and to plan the “What Next?”.

Friday, February 18, 2011

Tartarugas e Bicicletas

Hoje ia a passar na rua e passou por mim uma bicicleta.
A questâo de porque é que as bicicletas têm 2 rodas, sempre me intrigou. Basta pensar que uma tartaruga tem 4 patas e nem por isso anda mais depressa.
Com base nesta hipotese podemos colocar a questão:
-Será que uma tartuga de 2 patas anda mais depressa que uma de 4?
Esta teoria é díficil de provar. Por um lado é dificil de encontrar tartarugas de 2 patas. O método mais fácil é pegar numa tartaruga normal de 4 patas e cortar 2 delas. Mas com estatécnica os dados experimentais não são fiáveis. A tartaruga sempre teve 4 patas e ao ver-se de repente com 2, irá evidentemente ficar com traumas psicológicos, causados pela sensação de perda das patas que sempre o acompanharam desde que nasceu.
Podia-se sómente amarrar 2 das patas. Com este método, evitariamos os danos psicológicos já que não surgiria a citada sensação de perda. No entanto, nesta caso, existiriam outros desafios. Quais patas se deveria amarrar. Dever-se-ia amarrar a s patas na diagonal, só de um lado, só à frente ou só atrás. 
Todas as opções têm prós e contras.
Na diagonal, a tartaruga irá ter sempre pontos de apoio à frente e atrás, podendo utilizar um movimento bamboleante para se deslocar. Se optarmos por só de um lado (esquerdo ou direito) a tarturuga poderá utilizar o outro como um ski. 
Se optarmos pela frente ou por atrás, a tartaruga terá neste caso a possibilidade de utilizar esse lado como um patim.
Neste momento já vamos com pelo menos 8 hipóteses de teste.
No entanto ainda falta analisar outros factores. Por exemplo a cabeça da tartaruga.
A cabeça irá ser sempre um ponto de desiquilibrio, já que como está colocada à frente e é ligada ao corpo por um pescoço comprido.
Para este problema as possiveis soluções são poucas.
Cortar a cabeça, irá evidentemente provocar problemas de coordenação motora da tartaruga, sendo esta coordenação essencial para correctamente avaliar a teoria proposta. Usar a opção de amarrar a cabeça, é um pouco problemático. Isto porque poderá limitar a capacidade respiratória da tartauga. É sabido que, quando corre, a tartaruga necessita de um maior volume oxigénio. A opção de colocar uma mascara ligada a uma botija de oxigénio, embora válida, provocaria também um aumento do peso total da tartaruga. Como a consequência na velocidade, pelo aumento da acção da gravidade. 
Convencer a tartaruga a manter a cabeça escondida é também complicado. A tartaruga é uma espécie muita antiga com uma lingua próxima do Basco ou do Mirândes. Como é do conhecimento comum só os naturais desses locais a conseguem falar, pelo que do mesmo modo só as tartarugas sabem falar Tartarugês.
Podia-se talvez colar a abertura da cabeça, utilizando fita larga para embalagem. Mas como consequências teriamos por um lado, uma grande limitação de visibilidade na tartaruga impedindo-a de ver para onde ia, e por outro voltavamos à questão do oxigénio.
Assim receio que o problema da tartaruga de 2 patas versus a de 4,  irá necessitar de mais tempo até ficar resolvida.
E enquanto os cientistas não acharem soluções técnicas mais viáveis para as limitações técnicas do estudo directo, seremos obrigados, do mesmo modo que para os vulcões, a utilizar modelos informáticos para simular codições próximas da realidade.
Deixo aqui um apelo.
Se alguém souber de um Subsidiozinho ou da UE, do Estado Português ou de qualquer Mecenato que eu possa usar para por uma pomto final esta teoria digam-me, por favor. Não necessita de ser coisa grande, nem próxima dos 250 milhões que custaram os estudos de análise do Aeroporto da OTA, o qual teve exactamente a mesma importância que saber se uma tartaruga de 2 patas anda mais depressa que uma de 4. 

Thursday, February 17, 2011

Uncles and Technologies

Today I was walking in a sidewalk, going back home, when I noticed a guy talking by himself.
The 1st time I noticed a guy talking to himself was years ago in Orly airport. I was minding my business just walking to my gate, when a guy next to me started talking. Well, strangers talking are not an uncommon situation in airports. So, and as I am polite, I careful listen to all words he was saying, nodding at the right moments. Most of the conversation I truly do not remember, mainly it was about the terminal, and the time of the plane, which was perfectly sensible. I slow down a bit in order to keep pace with him. We walked along the entire corridor and finally I arrived to my gate, where I said goodbye and wished him a good journey home. I saw a surprised look at his face but he also waved and I saw him walking away.
What a nice person, I thought to myself.
However, as he walked away, I noticed that he was kept talking, which at this point I begun to find it weird. I started to think that maybe he hadn't noticed that I had arrived at my gate, and I begun to evaluate if I should call him or to some how call his attention to the fact. Fortunately, for me, at this point he stopped by himself, moved his hand to the right hear and pulled out the Bluetooth device he was using. He was just having a mobile phone call.
I am very glad that, at that time, 3D video calls were not available.
New technologies can have this down side. They can get you in very uncomfortable situations.
For instances, lets suppose that you want to take the day off from the office. One good excuse you can always use is, of course, the death of an uncle. Uncles are good, because you can duplicate then. You can get 4 normal uncles killed, and after you can kill a couple more distant uncles.
The type of uncle must be always kept hidden. Only to be shared when your boss starts asking:
-"So, tell me how many brothers, does your father in fact have?"
At this point you can say:
-“This one was a distant uncle!”
However, this is also a sign that you are close to run out of uncles to kill. The good news is that for each X number of Uncles you have the same number of Aunties to use.
In the good old days of fixed phone, you were safe as soon as you left the office/home to enjoy your day off.
Then technologies catch up and you get a mobile. Your problems begin.
Besides the type of Uncle, you start, also to need to put him living somewhere out on the country where there is not a big network coverage.
Now the question raised becomes different:
-"So, tell me how many brothers does your father in fact has, that live in Alzezur?"
Total number of days off is now reduced by a 1/3.
Then technology catches up again. You get an UMTS phone with 100% nationwide coverage.
So now you need uncles, which live in the countryside but also with a house that is on a basement.
The question becomes:
-"So, tell me how many brothers does your father in fact has, that live in Alzezur in a basement?"
And another 1/3 is cut down.
Next technology will be Video call.
This time besides uncle in countryside with a basement, you also will need a dark room with some flowers and candles!
Yes, you guess right, the question will be:
-"So, tell me how many brothers does your father in fact has, that live in Alzezur in a basement with that picture of a boat over the fireplace?"

Wednesday, February 16, 2011

Inovar

Hoje recebi feedback da história da Jennifer Anniston. Na realidade, não sobre a história toda, mas sobre a cena do filme de que ela fala.
Na história, eu dizia que a cena não fazia sentido, era forçada.
Nesse ponto a pessoa que me estava a dar o feedback não doncordava.
Não,dizia ela, a cena faz perfeito sentido tanto dentro da estrutura do filmecomo um todo, como pela cena em si. O problema, continuava ela, ela que eu ao fazer o enfoque na cena por si só, a descontextualivaza. Eu respondi céptico, que não, aquela cena, o facto de ela se passear nua pela casa à volta do futuro ex-namorado, Tinha o seu próprio contexto. O que lhe dava um sentido de falsidade, era o facto de que era mais seguro, utilizar um  truque tipo a toalha de banho que cai,  já que este permitia sempre um saida airosa, se não não houvesse a reacção esperada, pois ela podia sempre alegar que tinha sido um acidente, e deste modo aligeirar o desconforto da situação.
- Esse era o problema, dizia ela. O problema era que eu entendia a nudez da actriz como uma provocação ao futuro ex-namorado, mas, se tal fosse o que a actriz pretendia, o que seria lógico era usar, nesse caso, a cena da toalha.
A lógica do que ela estava dizer, começava a fazer sentido. A provocação é uma sedução. A sedução é uma arte feminina (embora possa ser praticada por homens). Assim fazia todo o sentido, numa lógica de provocação/sedução, que em vez duma nudez crua, se usasse, um processo mais subtil.
-OK! –contrapões eu- Mas isso também reforça a minha ideia original, a cena na verdade é forçada.
-Passo a explicar. - disse ela-  O objectivo não era provocar. O objectivo era surpreendê-lo.
Ok, nesse caso resultou, pensei eu. Mas calei-me para seguir o resto da explicação.
- Se tivesses visto o resto do filme, sabias que ela tinha feito uma depilação à Brasileira. O que ela realmente queria era mostrar que o tinha feito, e obter uma reação. Queria saber se conseguia impressionar o futuro ex-namorado com o resultado. No entanto ela sabia que se o tentasse fazer duma forma mais ou menos discreta o não ia conseguir. Se fosse feito discretamente, o futuro ex nem se ia virar, quanto mais não fosse porque a já tinha visto nua. O que ela fez foi INOVAR de modo a obter uma reacção. A reacção que ela que ela queria era mesmo que o futuro ex ficasse sentado a respirar com um peixe, com o som de "Game Over" por trás.
Neste ponto calei-me e agradeci o feedback, porque o que ela dizia fazia todo o sentido.
Lembrei-me que há anos atrás, a minha namorada chegou a casa, estendeu-me a mão e perguntou se lhe ficava bem. Eu, peguei na mão dela, coloquei-a entre as minhas, puxei a minha namorada para mim, dei-lhe um beijo apaixonado e disse-lhe que o cabelo estva lindo, que aquele corte lhe caia muito bem.
Foi quando ela me respondeu:
-Sabes que eu foi à manicure!
Mesmo nessa altura, eu só percebi que alguma coisa não estava bem pelo tom. O tom das palavras é muito importante quando se fala com namoradas, mais importante mesmo que as palavras em si.
Portanto o tom com que ela falou não era o correcto após o beijo e o elogio. Portanto, como todo o gajo, gastei uns segundos a percorrer o que tinha acontecido desde o inicio, avaliei se eu próprio tinha dito que o “Cabelo estava muito bem” no tom correcto, se me tinha esquecido de a ir buscar, se me tinha esquecido de fazer alguma coisa.......
Estava neste processo introspectivo quando ela repetiu:
- Manicura....... enquanto tirava as mãos das minhas e punha-me as unhas debaixo do nariz.
Até hoje acho que me Safei porque o beijo tinha sido apaixonado.
"Gajos" não estão mentalmente preparados para coisas subtis, a sua estrutura mental é construida para ver uma coisa, decompô-la, reconstrui-la, repará-la. Todo esse processo é depois interiorizado para que, no futuro, quando a mesma coisa aparecer, já se saber o que se há-de fazer com ela. 
Para que isto funcione duma forma eficaz, branco tem de ser branco, preto tem de ser preto. Não pode haver vários padrões de cinzento, já que tal implicaria que, cada padrão, seja uma coisa por si.
É por esta razão que gajos são "mono task" e porque muito fácilmente se tornam especialistas de qualquer coisa.
Uma vez conheci um que era especializado nas membranas mitocondriais (pequenos componentes celulares). O fulano sabia tudo o que havia para saber acerca disso, citava livros e autores, compostos quimicos, ciclos quimicos.... No entanto bastava perguntar por outros assuntos, para obter uma face inexpressiva de total alheamento ao que lhe estavamos a perguntar.
Como espécie, os humanos, necessitam de mais. Nem tudo é preto e branco.
São as mulheres que lidam com os cinzentos. Por isso são “multi task” já que as gamas de cinzento são imensas. São elas que deste modo permitem que vários gajos especialistas numa coisa unicamente, possam ter de comer, de vestir e aonde dormir.
Assim tenho de dar a mão à palmatória. Na verdade a cena faz todo o sentido.
Se a mulher do filme, pretendia realmente mostrar o que tinha feito de modo a obter do futuro ex algum feedback de como lhe ficava, tinha de INOVAR. Tinha mesmo de sair do quarto nuazinha e passar ao lado da cadeira onde o futurio-ex estava a jogar.
Se calhar, à cena faltava-lhe algum realismo. Já que, se o futuro ex estava a jogar um videojogo, na vida real ela teria de parar, fazer alguns alongamentos e depois ir ao frigorifico buscar o copo de sumo.

Tuesday, February 15, 2011

Growing up

It has been raining all day.
Rain always brings me to when I was a kid. It brings me to the waiting behind a glass window for the rain to stop. And for the fun of running outside on the middle of the pools of water looking for any excuse just to step on one casually, just to see the water splatter all around. After the casual dropping, which comes as an excuse to mum, then it was Ok to drop on then all, until eventually I got called home, where the casual excuse could or not get accepted.
From those days I kept the looking to the glass window, mainly because it’s hard to explain when you are at the office why your trousers are all wet and still you have that happy grin at your face.
I get the sense that growing up is basically that. We loose touch with simple things, mostly because Grown-up persons are not supposed to do then, and in exchange we get to do more complex things just to get the same fun. As a kid we run over rain pools and when you get old you get a jeep, or a motorbike and finally a water bike to do exactly the same. We start to have a FM battery operated radio to end up with a 52'' TV, with HDMI and surround sound.
It is the same for the girls, by the way. They start to have a shoe box to keep their dolls and end up with a T4 condo. Or the start with a plain dress to end up with dresses made by Lagerfeld, Dolce&Gabbana or Donna Karan.
So is it growing up only about size of things? Regarding fun and pleasure after a moment in time I think yes.
But that is not the only thing about growing up. Growing up is mainly about the way we relate to others. How we interact with our friends, with our family, with our partners and with ourselves. Those are the pains of growing up. Those are the things that put us laying in bed staring t the ceiling, felling depressed when outside the sun is shinning. Those days which can add years of waste are the heaviest price people need to pay for growing up.
Maybe the best thing was to have growing up in pills. There should be:
The best friend betrayal pill
The "girl/boy I want does not know I exist" pill
The my family does not understand me pill (well for this we could have 4)
The world is against me pill (also 2 of these)
The Teacher is after me pill
The "I got pimples" pill
The "I do not what but something is wrong" pill (10 of these just to cover anything else).
These pills put on a nice Black/purple box should be supplied to every kid after he turns out 15 (13 for the girls). Then he/she should enter a spa and take then daily. He/she should go to a dark/purple room and lay in bed staring at the ceiling for the entire duration.
After he/she could go on with their life, all the fuzz with the growing-up business dealt with.

Latelin

Hoje ía atrasado para o trabalho. Pequeno-almoço a correr, barba a correr, chaves de casa a correr, sair de casa a correr. Claro que cá fora estava o meu Latelin.
 Os Latelins são seres místicos. A melhor comparação que já vi, apareceu à  anos,  num filme chamado "Gremlins"; os Latelins são normalmente invisíveis. Quando se conseguem ver, são-no só, momentaneamente. Nessas alturas vestem calções de banho hawaiiaanos de meia perna, chinelos hawaiianos "copied in China" (o negócio de falsificação na China já merece uma trademark) e trazem uma T-shirt hawaiiana (claro) onde por cima das flores têm escrito "You are so Fucked Up!". Os olhos esverdeados estão sempre semicerrados com as sobrancelhas semiarqueadas para cima em perfeita sintonia com os lábios curvados num sorriso maléfico.
O meu Latelin conhece perfeitamente os meus horários e sabe sempre quando estou atrasado. Nessa altura consigo vê-lo à saida de casa, ri-se diz-me adeus e desaparece. A partir desse momento eu sei que estou mesmo "Sooo fucked up!".  É impossível saber o que ele vai fazer mas sabemos sempre,l que não podemos ganhar. Uma das vezes saí a correr de casa, vi o Latelin e quando cheguei ao carro tinha um pneu em baixo. Disse uma sucessão de palavrões, ouvi o riso escarninho dele. E disse alto:
-Estás-te a rir! Espera aí  meu c******* que eu já te digo!
Corri a casa, peguei na chave do outro carro. Desci à garagem meti a chave da ignição e claro... o carro não tinha bateria. Sucessão de palavrões.... Mas desta vez não disse nada. Voltei mais uma vez a  casa, peguei no telefone, chamei  um táxi e esperei à entrada que ele aparecesse.
Os Latelins não podem ser vencidos. A única maneira de os mandar embora é aguentar. Portanto aguentei os 20 minutos de espera e a volta turística do táxi. Quando finalmente o Latelin ficou convencido que eu estava "Fucked Up Behind Recognition" ele desistiu.  
De certeza  que foi ter com os outros Latelins numa qualquer esplanada contar a história por cima dumas canecas de cerveja.
-Deviam ter visto a cara do gajo quando viu o pneu furado! Ficou tão vermelho que eu juro que vi o fumo a sair das orelhas..... - e slurp mais um gole de cerveja.
Portanto, hoje, quando saí de casa a correr e vi os olhos esverdeados à porta, o  meu coração saltou um batimento e disse para mim próprio, " I am so fucked up". Mentalmente vi o Latelin a deitar fogo ao carro, a redireccionar todos os camiões carregados de brita solta para todas as estradas que eu poderia seguir (Tenho a certeza que são vários, porque uma vez mudei 3 vezes de rua e em TODAS estava um camião de brita a andar muito devagarinho),  a provocar pequenos acidentes naqueles cruzamentos onde se não pode andar nem para trás nem para a frente, operações stop, eu sei lá....
Desesperado abri a porta e disse alto em tom de desespero:
-Ok ganhaste outra vez. Estou completamente fodido! Cabrão!
Foi quando olhei para baixo e vi a cara incrédula do miúdo que mora no 4ºD, que olhava para mim com um ar assustado e incrédulo nos seus olhos verdes.
Enquanto pedia desculpas e tentava disfarçar com a desculpa da chave, da fechadura, dum dedo entalado, chegou a mãe do miúdo. Fiz um sorriso amarelo e lá fui a correr para o carro. Enquanto corria ouvia o riso escarninho do Latelin. Não cheguei tarde mas mesmo assim " I was so fucked up, AGAIN".

Monday, February 14, 2011

Insecurities

Yesterday I was passing at the living room. As I was passing my eyes felt to the TV set. It was showing a film "The Break-up" with Jennifer Aniston. At that precise moment, she was peeping into the living room, made a naughty smile and just dropped the towel and went into the kitchen, naked. Camera followed her way back, showing her full body from behind. There was a guy playing some video game, in a couch, by the kitchen. 2 day beard, squared cotton shirt, jeans and a T-shirt. He caught a glimpse of Jennifer continues to play the game, then he starts to loose, and as she returns to the bedroom, camera again focusing Jennifer way back, he finally looks at her, with a "what's going on" look and as Jennifer went to the room, his game finally crashes and we heard a " Game Over" voice in the background. It was a very intense scene, or in fact that was the original intent of the Director.
The scene itself did not make any sense. A girl walking around naked in house with a guy, that she knows it is there means only one thing. No girl would do that if not with that meaning. If she was just going to the kitchen she would at least put some underwear. If she was just teasing she would do the "slipping towel" trick. Same for the guy, as every guy over 17 will know that a naked walking girl in a house, where she knows, you are there, means. Maybe will not mean a definitely lay, but it means that you can talk about it. The guy just stood there at the couch. He did not call her, go after her, do a remark, nothing just stood there looking Dumb, opening his mouth as a fish out of water and listening to "Game Over" again and again. Every girl after 25, if she had walked by naked and the guy just kept playing video game and not did anything would know at that moment the guy was an idiot and he chances of even talking about sex would get close to nil.
So why do the scene. No really added value to the story, the "slipping towel" would be more effective. Not so obvious and providing with a safe route out. So the only reason to have the scene was to show Jennifer body, which is a good reason by itself. Then why did she agree on it?
Then I suddenly understand! Jennifer was in that point of life where she was ending the relation with Brad Pitt. O basically this scene was only for her to show the world that there was nothing wrong with her. She has as pretty and desirable as Angeline.
People insecurities never cease to amaze me. They basically drive us to do stupid things just to prove a point. And to see that someone beautiful, rich, famous, with a career as fulfilling as hers, has at the same time a so strong need to prove herself, makes me fell somehow that if she can so can I. Not of course walking naked around the house. Somehow I feel that I would not have the same effect.

Relacionamentos

Dia 14 de Fevereiro. 20% da população compra prendas para alguém, 35% faz de conta que não é nada com eles, 25% não tem a quem dar e o restante, porque no fundo acha que o outro não merece o trabalho, diz que é um dia como os todos os outros. 
É um pouco estranho a pequena percentagem que realmente aacha que o outro, a relação que temos com alguém deve ser festejada. A desculpa do comercial ou da data ser uma coisa das lojas é fraca. A prenda é na maior parte das vezes simbólica, pois o que ela deve significar é “estou feliz de estar contigo” e não mais que isso.
Toda a gente procura alguém para compartilhar a vida. Homem, mulher sejam de facto ou de espirito, tem todos a vontade de terem alguém com quem possam partilhar o tudo e o nada que é a existência.
Há muitos anos atrás, estava a conversar com algumas amigas do que fazia as relações funcionarem. O porquê alguns casais se darem bem e os outros não. Para as raparigas era claro que era o facto de ambos se apaixonarem um pelo outro que fazia a diferença. Eu evidentemente concordava, embora nessa altura estivesse mais que convencido que o bom sexo, contribuia grandemente para essa estabilidade. Na altura não extravasei essas opiniões, porque sexo em conversa com raparigas era sinal de grosseria. Portanto concordavamos todos que era a paixão essa cola que unia casais.  Com essa questão arrumada passamos a como a paixão surgia. Surgia da amizade pura entre eles, das suas coisas comuns, das suas coisas diferentes, dum fogo no olhar, dum brilho de sol no refletido no cabelo...
Foi quando lá de detrás a avó duma disse alto e bom som:
-Isso da paixão é só para os novos como vocês! Qunado crescerem vão perceber que não é precisa para nada! O casamento não é fundado na paixão! Aliás isso é um empedecilho! As relações estáveis eram criados após o casamento, com base no respeito mútuo e na compreensão entre o casal!
É claro que aquela conversa ficou por ali! As raparigas ainda disseram:
-Oh Avó como pode dizer isso!
Mas mais como um ligeiro protesto, não como a defesa da não validade da afirmação.
Para mim era claro que a senhora não tinha razão. Basicamente porque não havia sexo, o qual só iria acontecer após a fase do casamento. O que evidentemente era um absurdo!
Hoje estava a ouvir uma discussão desse género quando me relembrei disto.
No tempo da avó, homens e mulheres (mais as mulheres, evidentemente) namoravam às escondidas e raramente se conheciam. Os homens portavam-se sempre como cavalheiros, abriam as portas, tratavam a mâe por senhora Dona, diziam sempre se faz favor e muito obrigado. As mulheres sorriam candidamente, davam as pontas dos dedos para subirem os degraus e baixavam pudicamnete os olhos. Só depois de casarem é que se descobria que o marido, era um bebâdo inveterado, que raramente lavava os pés e que tinha várias familias de parentes de pulgas nos sitios mais privados; e que a mulher partia loiça com a voz quando se irritava e que a sua visão da vida de casal era ela, o marido e a mãe. Era compreensivel que os casais não se dessem, não se entendessem, que basicamente passassem dezenas de anos de costas voltadas, sentindo-se miseráveis e infelizes durante todo esse tempo.
Mas nos dias de hoje, namora-se, partilha-se, ama-se, vive-se junto. Porque é que ainda os casais não se dão, não se entendem, basicamente passem dezenas de anos de costas voltadas, sentindo-se miseráveis e infelizes durante todo esse tempo?
Compreendo que alguns homens e algumas mulheres sejam manipulativos, dissimulados, vocacionados para o engano e para o embuste. O que é para mim estranho é o número de casais onde isso ocorre. O que é para mim estranho é que, do mesmo modo que como no tempo da avozinha, ainda seja dificil conhecer o outro, e que só depois de casados, juntos, etc, apareçam todas aquelas coisas que transformam relacionamentos em infernos, e amor em ódio profundo.

Sunday, February 13, 2011

Lessons of Life

Sometimes I think on much unfair life can be. Mainly this applies to what is called the big lessons in life. My father always told me that the "Lessons in Life" were the most important ones.
Well, today as in those days i do find that statement quite over praised. My real oppinion is that the major lesson on life can not really be reused and that what it is learned on then has always a bitter sour taste.
YouTube has a lot of examples. One of the best examples is the guy that normal does not check his parachute in the ground. He goes up, says bye bye to the camera, swings around in midair for a bit, then pulls the cord, he starts loosing his smile, pulls out the 2nd cord and at that moment he gets a big " Lesson of Life".
He has about 3 minutes to flavour it, to get amazed by the bright light of the big "Lesson of Life". But then I do not think that 3 minutes will not be enough to really use it in any reasonable way. In fact in about 3 minutes that big " Lesson of Life" will be gone to oblivion forever.
So I am a bit sceptical about " Lessons of Life". I do understand their value but it is really unfair that their use is most of the times very limited.

Baleias

Hoje estava com dor de cabeça. Aquela sensação de que a cabeça é uma entidade própria que pulsa com o bater do coração, que cresce e diminue ciclamente, dando a ideia que num momento somos gigantones e noutro em que fomos atacados pelos pigmeus da tribo dos encilhedores de cabeça.
O mau de tudo é que não paramos de pensar e de tentar optimizar as coisas. Por uma qualquer razão lembrei-me do tamanho do ouvido interno da baleia que em termos reais é cerca de de 20% do tamanho do do ser humano. A razão era óbvia. Caso não fosse assim qualquer som iria provocar uma dor de cabeça, o que numa baleia não deve ser um mal menor. Imagine-se alguém toca uma vuvuzela debaixo de àgua, a pobre da baleia vai a passar a 10 kilómetros, de repente "vooooooooooooooooooooooooooo", se tivesse um ouvido maior que o humano, pumba dor de cabeça do tamanho duma baleia. Para escapar ao som lá mergulha a baleia a 1 kilómetro de profundidade. A essa profundidade vivem aqueles animais que usam electricidade para poderem ver. A pobre da baleia, com a dor de cabeça, não os vê e pumba, tratamento das enxaquecas por electrochoque. A baleia melorava, mas o desgraçado do peixe lá ficava zonzo e era comido logo a seguir. Desgraça ecológica potencial. Assim a natureza, como sempre lá resolveu o problema diminuindo o ouvido interno das pobres das baleias.
Eu lá tive de por os tampões nos ouvidos e fechar as janelas. Enquanto esperava que os comprimidos actuassem pensava onde é que a mâe natureza guardava o livro de reclamações e sugestões, porque para além de terpensado nas dores de cabeça das baleias, poderia ter também pensado nas dos seres humanos.