Tuesday, May 17, 2011

A vida é complicada! Mas pode-se sempre Complicá-la mais - Parte 1


Da minha última história obtive algum feedback no qual se lamentava a omissão de alguns personagens importantes.
È evidente que essa omissão não foi propositada, no entanto para que possa incluir todos os personagens pedidos tenho que dividir o restante em alguns capitulos.
pelo que…


1 – A Bela Adormecida

A Cinderela tinha passado um dia interessantíssimo nas compras. Após ter saído da peixaria e enquanto avaliava os legumes, tinha começado a ouvir os comentários acerca da expulsão do Príncipe e da Fada Madrinha do palácio pela CatWoman (Mulher Gata, perde um pouco na tradução).
Durante toda a manhã a história tinha adensado e ao fim da manhã, a Cinderela (Gata Borralheira, também perde um pouco com a tradução) tinha já uma imagem clara sobre a linha de acontecimentos, e os potenciais desfechos.
Enquanto carregava os sacos a caminho de casa, reviu todo aquilo que tinha ouvido durante a manhã enquanto saltava de banca em banca.
O Príncipe, depois de ser expulso, tinha-se mudado com a Fada Madrinha para casa da Mãe, a Bela Adormecida. Ambos tinham-se instalado numa parte solarenga do Palácio e passaram a utilizar o cobertor como parte integrante das suas conversas isto porque, no Palácio da mãe, não havia tantas correntes de ar.
A Bela Adormecida primeiro ficou um pouco constrangida pelo filho estar a viver em sua casa com a Fada Madrinha. Mas, depois de ele lhe ter dito que entre ele e a Fada só havia uma amizade forte; que tudo o que faziam em cima do cobertor era falar; e que só tiravam a roupa toda para melhor estarem em contacto com o seu Eu mais profundo, lá passou a aceitar a presença de ambos.
No fundo o Príncipe era Príncipe e a CatWoman Princesa, e toda a gente sabe que as Fadas Madrinhas necessitam de conhecer as pessoas Intimamente de modo a poderem dar o seu melhor conselho quando tal é necessário.
Ela própria se recordava que o facto de o Príncipe, seu filho, existir e que presentemente ser Adormecida de apelido, se devia em grande parte à existência da mãe da Fada Madrinha.
Recordava-se como fosse ontem.
O pai tinha planeado casá-la com um Rei dum reino distante. Ela não queria mas por mais que protestasse, não conseguiu demovê-lo da decisão.
Por fim cedeu quando o pai lhe disse que antes de tomar uma decisão, o melhor seria conhecer o Rei. Podia ser que ela estivesse a fazer uma tempestade num copo de água.
O Pai sem mais delongas, enviou uma mensagem para o pretendente e começou os preparativos para o evento. Logo que recebeu a confirmação da data, comunicou-a à Bela Adormecida.
A partir daí o assunto não mais foi abordado.
O tempo passou e chegou enfim o dia da apresentação Real. Durante o pequeno-almoço O Pai relembrou-lhe a grande estima que o pretendente lhe tinha. O Rei era um pessoa muito ocupada e normalmente nunca viajaria para conhecer a Noiva. Seria a Noiva que deveria fazer a viagem. Só que no caso dela, a beleza Da Bela Adormecida tinha-o motivado a fazer a viagem.
A princesa vestiu um dos seus vestidos mais bonitos, que lhe beneficiavam a figura esguia e fazia sobressair os seus olhos azuis. Depois aguardou pela chamada do Pai.
O pai tinha planeado uma pequena recepção, coisa simples cerca de 200 convidados, 3 tipos de licores, 20 pratos de aperitivos, 15 espécies de vinho para combinarem com os aperitivos e um pequeno espectáculo de circo. Coisa pequena e intima para comemorar a ocasião. Quando o Pai achasse conveniente, ela seria chamada para serem formalmente apresentados.
Passou uma hora, depois 2 horas, e ainda a Princesa, na companhia das suas aias aguardava a chamada. Cada minuto que passava, mais impaciente ela ficava. Uma impaciência fruto dum misto de nervoso, aborrecimento e curiosidade pelo aspecto do homem que iria ser seu marido.
Ao fim de 3 horas, o Pai finalmente chamou-a.
A princesa colocou um véu que lhe escondia o rosto, colocou-se à porta, fez sinal para as aias para se colocarem atrás dela e novamente esperou. Ao fim de alguns minutos a porta abriu-se e ela entrou.
A sala tinha sido arrumada e entre ela, o pai e o pretendente tinha-se colocado uma enorme passadeira vermelha.
A Princesa baixou os olhos enquanto caminhava em direcção a ambos, sentindo sem ver os membros da corte, curvando-se à sua passagem, e ouvindo sem olhar as expressões de quão bonita ela estava.
Quando chegou, manteve os olhos baixos enquanto lhe levantavam o véu e ela pode finalmente olhar para o pretendente que o pai tinha escolhido.
O seu coração gelou. O pretendente olhou para ela, fez um sorriso de gato que comeu o canário disse:
-É muito bela, Princesa! Tenho a certeza que me irá dar um Belo herdeiro!
Depois virou-se para o Pai e continuou a planear o casamento. Para ele a apresentação estava feita.
O Pai olhou para a Princesa e disse:
-Obrigado por teres vindo! De certeza que esta ligação irá reforçar a união dos nossos reinos. Daqui a um pouco passarei pelos teus aposentos para te informar dos detalhes da cerimónia.
Bela quis gritar, mas não conseguiu. Lentamente baixou a cabeça, recolocou o véu e saiu. Logo que pode, desatou a correr para o quarto e lançou-se na cama, a chorar convulsivamente.
O pretendente não queria saber dela, o Pai não queria saber dela. Ninguém queria saber dela. Ela pelo seu lado só queria fugir, fugir, fugir.
Mas fugir para onde. Se saísse do Palácio, o Pai iria procurá-la. Seria apanhada e enviada para o pretendente, ou pior.
Perdida nos seus sentimentos, lentamente começou a fugir para dentro dela, obrigando por fim o seu coração a adormecer.
Quando finalmente entraram no quarto umas horas depois ela estava sentada no banco à frente da janela, com olhos fechados, corpo rígido e frio.
Chamaram os médicos que constataram que ela estava viva, mas como que adormecida. Tentaram acordá-la de todos os modos que se lembraram. Sem sucesso.
O rei pretendente, no dia seguinte partiu. Esposas adormecidas não podiam ter filhos. Bem na realidade até podiam, mas a questão do Parto poria alguns problemas complicados.
Antes de partir pelo que informou o Rei Pai que devia às novas circunstâncias o casamento não se poderia efectuar.
O Pai nem se despediu dele. Na verdade passava horas e horas no quarto tentando perceber o que se passava.
Embrutecido pelo dor, só quando os médicos começaram a dizer que caso a Princesa não acordasse iria morrer de fome e sede em poucos dias, fimnalmente se apercebeu da gravidade da situação.
O Rei mandou lançar os arautos a anunciar recompensa caso alguém conseguisse acordar a Princesa.
A notícia da Bela Adormecida e da recompensa por acordá-la correu célere. Rapidamente chegou a um Reino distante onde vivia a Rainha Má.


Fim do capitulo 1

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