Friday, March 4, 2011

Passar a ferro (part 2 de 2)


Bom lá estava eu com a cozinha inundada.
E, claro, na ponta oposta em relação à saida.
Lá foi eu splash, splash até à porta, tirei as meias e dobrei as calças.  Olhei para as 2 filas de roupa estendidas ao longo da cozinha, apaguei a luz e foi para a sala.
No dia seguinte tomei o pequeno-almoço na rua.
Quando voltei a roupa estava seca. Comecei a tirá-la da corda.
Roupa seca tem de ser colocada em algum lado. Não tinha cesto, portanto vai de pô-la nas costas duma cadeira da cozinha.
O problema se usar as costas das cadeiras é que a partir de certa altura, com o peso a cadeira cai. Quando cai para além do estrondo espalha tudo o que estiver nas costas pelo chão. Este facto, descobri-o, ia a meio da 2ª corda.
 Levantar a cadeira, apanhar a roupa do chão. Desta vez dividi-a entre as costas de várias cadeiras.
-Comprar cesto amanhã sem falta! - disse para mim.
Depois da roupa, tiro a corda. Olho para o chão e está imundo. Altura de o lavar.
Quando acabo tenho de esperar que seque.
Novo dia seguinte, nova camisa.
À noite trago o cesto e mais 2 camisas novas, não vá o diabo tecê-las.
Depois do jantar altura de finalmente passar a ferro a roupa.
Novo desafio.
Aparentemente o ferro, para engomar, necessita duma superficie lisa por baixo. Isto não ear por si um facto novo, só que por entre a dezena de camisas novas, a máquina, o ferro, o anti-calcário, a corda, o pendurador de roupa e o cesto já tinha gasto uma fortuna. Assim tinha decidido que para já iria usar antes a mesa da cozinha.
Portanto  puxei a mesa para o meio da cozinha, coloquei uma toalha, arranjei as cadeiras, coloquei o ferro em cima da mesa e... claro, o fio do ferro não chegava à tomada. Tinha de comprar uma extensão.
Alternativa de gajo.... rearranjei a mesa e lá consegui que o fio mais ou menos esticado ao longo da cozinha conseguisse chegar à tomada.
Liguei o ferro, termostáto no minimo. Livro de instruções do ferro.
Aparentemente os simbolos no termostáto tinham  significados como , lâs. Tecidos sintéticos, algodões.
Ora como lâs eu não tinha a questão era, o que raio é que é um tecido sintético.
As instruções diziam também que era normal que quando se ligasse o ferro pela primeira vez era possivel haver um pequeno cheiro a queimado.
Com a questão do tecido sintético em aberto, pôs o termostáto em algodão. Enquanto esperava que o ferro aquecesse, olhei para a roupa para decidir o que passar primeiro.
Inicialmente o que parecia mais fácil eram as calças.
Portanto comecei a separar as calças. Durante este processo começou a haver um ligeiro cheiro a queimado. Normal segundo as instruções.
Continuei a separar a roupa.
Meias não era preciso passar, portanto para um lado. Foi qaundo vi os lenços de pano estes sim eram os mais fácieis.
A questão do cheiro tinha-se intensificado. Mas só me comecei a preocupar quando comecei a ver fumo a sair do ferro. Fumo não estava nas instruções. Em lado algum dizia que era normal o ferro deitar fumo.
Levantei o ferro e lá estava a razão. Uma linda marca castanha na toalha da mesa. Aparentemente  o ferro de emgomar deixado ligado mo máximo em cima da toalha de mesa queimava a toalha.
Para além da tábua e da extensão agora precisava também duma toalha.
Procurei qualquer coisa para por o ferro em cima. O melhor que encontrei, na altura foi um prato virado ao contrário.
Lá comecei a passa os lenços. Até correu bem.
As coisas começaram a complicar com as calças.
A razão de eu pensar que as calças eram fácieis tinha a ver com o facto de as pernas se puderem dobrar usando as costuras como medida. Isso na parte de baixo funciona perfeitamente.
Mas à medida que se vai subindo ao longo da perna, e a não ser que a superficie de suporte seja lisa e que as calças sejam mantidas completamente esticadas, o que acontece é que o tecido começa a rodar e o vinco deixa de estar direito.
Ao 5º vinco aconteceu o que era esperado. Chateado lá pousei o ferro com mais força e pimba parti o prato.
Acabou a passagem de roupa por aquele dia.
Agora para além  da tábua, da extensão e da tolha precisava também dum prato.
Desliguei o ferro.
Novo desafio. O que fazer com o ferro quente.
Havia a hipotese de usar outro prato. Mas enaquanto estava a avaliar se podia partir outro, olhei para o livro de instruções. Lá estava uma fotografia. Aparentemente podia-se usar a parte de trás do ferro como suporte, ficando o ferro na vertical.
Não vou descrever o restante da minha longa caminhada ao longo da descoberta da passagem a ferro. Só mesmo referir que houve um dia em que descobri o que eram tecidos sintéticos.
Foi no dia em que ao passar uma camisola, metade dela ficou agarrada ao ferro de engomar e estive 2 dias a tentar limpá-lo.
Seem falar do dia em que descobri porque é que roupas de cor e brancas não se deviam lavar juntas.
Nesse dia ganhei uma coleção de vários artigos em tons rosa.
Só posso dizer, e voltando à questão da vaca e do bife, que pegar numa vaca e colocá-la num pedaço de plástico é garantidamente um processo muito mais fácil do que pegar num cesto de roupa suja e de colocá-lo na gaveta pronto a ser usada.

Wednesday, March 2, 2011

Trees and Oceans


Today I saw a plane on the sky.
Planes are funny things. We look at then and we know they can not fly. However we trust that they will in the end, mainly because most of the time they do not fall into earth.
However flight is done on a transparent environment, which, unless there is a storm, is un-noticeable.
Colors are a very important thing. I spend the entire week asking people why trees are green and oceans are blue.
I did receive a lot of answers stating that trees are green because of the chlorophyll and oceans do not have a color of their one. Basically they get their colors either from algae, from the sky or from other environmental subjects.
Of course they are not right. Tress are green because they hope either not to eaten or they all want to move to England, where their lost long roots can be turned into a place of the house of the Lords.
Some of their ancestors are here since ages and most can trace then to the original tree. This is like Nobility.
I believe that most of the trees have a room inside their trunks, where they have all the pictures of their ancestors.
Grand-grand-grandpapa Joe, right next to the axmen of the king.
Cousin Fred who was eaten by a cow.
Auntie Louise who was used to burn some heretic.
The house of the Lords is a good place to be for a tree. Most of its members do not go there, and rest just stand there and drink some kind of brown liquid served in glass or flask.
Oceans are blue because they are free spirits and go everywhere. So in order to blend in they just use any color at that particular spot.
So, my opinion is that it is in fact their different positions in life that makes trees green and oceans bluish.
Trees are always green because they can not be free spirits. When they try, as during storms, and they pop out of their holes, they just fall down a couple of meters away. <In order to be fair I most admit that some of then do an extra effort. These normally go throw windows and end up next to the TV where they try to see the rest of the world or at least get some glimpse of England. The most successful ones of these overachievers end up getting into cars and trucks.
Unfortunately in both cases they find out very quickly that they can not turn TV on and most definitely that they can not drive cars. Therefore those achievements have a sour sweet flavor.
Oceans by the other end can not keep steady at one place.
For instances in they get into the House of Lords, they would drawn the entire house including the porters. Without porters the doors will not get shut and therefore the ocean can not stay inside.
It would end up doing the gutters and been thrown into a river.
This is not good as rivers are a distance relative of oceans to whom they have some very old grievance.
Oceans and rivers have a common ancestor as man and apes.
In the case of Man and Ape, when their ancestor died, he splinted the heritage by the 2. However, when the Oceans and Rivers ancestor died, he gave Oceans all the salt and for the rivers it left basically the mud.
Because of that all Rivers have to work, either producing electricity in dams or cooling nuclear power plants. Oceans on the other hand can go to Maldives. Mauritius, Thailand and spend months there and basically do nothing. This at the price of having something called boats which sometimes produce a lot of fun and can be jog away and throw up like some kind of sticks. Boats have however some draw backs. If played for long they sunk and sometimes they have garbage on board, which also goes under and takes years to disappear.
Most of the times like trees and oceans most rational explanations do not show the entire picture. This is even truer when people are involved.
Most of the times we do tend to analyze and explain behavior as a straight walk. However the truth is that in most occasions what it is seen is only part of the total equation.
As trees people tend to think that their place is somewhere else.
As rivers, that someone took something very important from then.
Finally as oceans people believe they are almighty and miss the simple fact that sometimes their actions have a profound effect on their surroundings.
However and in spite of all the above facts people, must of the time, do seem to manage all this in a logical fashion.
It is like the planes.
We look at people and we know that they can not work together. But everyday we do try and, most of the time, amazingly it works.

Monday, February 28, 2011

Passar a ferro (part 1 de 2)


Hoje vi alguém a passar a ferro!
Como gajo que sou, passar a ferro foi algo que passou ao lado durante anos. Sabia que existia, do mesmo modo que sabia que existia a unidade de processamento de multas.
O policia pedia-nos os documentos e passado algum tempo a multa aparecia.
Do mesmo modo eu punha a roupa para lavar e ela aparecia depois perfeitamente lavada, passada a ferro e arrumada na gaveta no local original de onde a tinha tirado.
Foi só quando comecei a viver sózinho, que descobri o “Passar a roupa a ferro”.
Foi um insight parecido com aquele do miudo da cidade queum dia é levado a uma quinta e é apresentado a fonte dos bifes.
A primeira impressão é de choque. A vaca não se parece nada coaduna com o bife. Porque, quanto mais não seja a vaca é muito grande e o bife vem em pequenas embalagens de plástico branco. O comprimir a vaca de modo a caber na embalagem de plástico é para todos os efeitos um feito tecnológico assombroso aos olhos do miúdo.
Como o miúdo, lá estava eu. De um lado um montão de camisas sujas e do outro a necessidade de ficar apresentável. Por razões de espaço existe um limite ao número de camisas novas que se pode comprar.
Portanto o que faz um gajo??? Claro vai a uma loja e compra máquinas.
Comprei uma máquina de lavar e um ferro de engomar.
A escolha da máquina de lavar é relativamente fácil. Primeiro um gajo pega nas especificações técnicas tais como capacidade total, eficiência energética, número de programas etc, . Toma notas, lê toda a informação disponivel, analisa, compara e compra a aquela que não é a mais cara nem a mais barata. Feito.
Já a escolha do ferro de engomar é diferente.
Para além de ferros a vapor, existem ferros a caldeira, com fundo antideslizante, com fundo antirugas, fundo inox, fundo cerâmicos, com super glide, com sulcos, sem sulcos. Depois ainda podem ser com/sem borrifadores, auto limpantes, com/sem sistemas anticalcário, com 3 botôes, com só um botâo para tudo, eu sei lá.
Nos ferros ao truque do escolher a 2ª ou 3ª mais barata não funciona. A mesma marca pode ter vários modelos a preços diferentes, mas outra tem preços diferentes e caracteristicas iguais.
Felizmente os fabricantes pensaram nos gajos. Todos os Ferros têm uma coisa chamada POTÊNCIA. Potência é uma coisa que um gajo entende.
Aqui sim pode-se aplicar a regra de gajo. Vi quais eram os mais potentes e escolhi o segundo mais barato.
Acabei com um ferro de engomar com 2.500 W de potência com base em inox, pega em cortiça que pesava mais que um panela de cozido à portuguesa.
2 dias e 2 camisas novas depois lá chegou a máquina.
Maquina montado, vamos ao livro de instruções.
12 progamas, botão temperatura, botao de ligar e desligar. Boa é fácil.
Mas depois vem a gaveta do detergente, do amaciador e anti calcário e outra para a pré-lavagem.
Detergente vinha com a máquina, o resto não. Se não vem não deve ser preciso.
Para já isso de amaciador tem um ar mariquinhas, gajo que é gajo não precisa de coisas macias. Quanto ao anticalcário depois ver-se-ia.
Com o básico vai de ir ao cesto da roupa suja e toca a encher a máquina.
Depois colocar o detergente. Tempo de ler as instruçoes do detergente:
-Para uma carga de 5 Kilos colocar 2 porções no depósito do detergente!
2 porções mas, porções de quê.
À procura do valor da porção, volta-se ao manual de máquina. Este claramente diz que as instruçoes do detergebte estão erradas. Na realidade para uma carga total deve-se usar medida e meia de detergente.
Mas o que é a medida?
Soluçaõ de gajo. A caixa do detergente tem um nivel de máximo. Enche-se o depósto até ao máximo. Problema resolvido.
Temperatura é fácil vai a frio, sempre gasta menos luz. O mesmo para a escolha do programa. Lavagem Normal.
Liga-se a máquina e já está.
2 horas depois a máquina apita a roupa está lavada. A loucura invade o estádio.
Mas estranhamente a roupa lavada está molhada. È preciso pendurá-la para secar. È preciso uma corda.
Lá vou eu ao supermercado comprar uma coisa para por a roupa a secar. Compro um daqueles de armar e como me pareceu pequeno, comprei também 15 metros de corda.
Volto a casa, armo a coisa, começo a pendurar roupa e claro não chega. Tenho de usar a corda.
As cordas tem uma propriedade estranha que é necessiatem de pontos de apoio.
Olhei para a cozinha e amarreia corda ao puxador duma porta depois a outra porta. Como sobrava corda , estiquei o restante e prendia ao puxador da janela.
Lá comecei a por o resto da roupa, com o peso a porta abriu e a roupa ficou a tocar o chão.
Estranhamente também a roupa molhada liberta àgua pelo que fiquei com a cozinha inundada.

A 2ª parte da descoberta da Passagem a ferro fica para amanhã.

Sunday, February 27, 2011

Loneliness


Loneliness is hard. Everyone knows that. No human likes to live alone.
The question is why?
I have seen relationships that simple were not working.
I have seen relationships working by fear alone.
I have seen relationships based on violence.
I have seen relationships dependent of material goods.
In al cases if you ask why they keep together the most common answer is because I can not live alone.
Loneliness is the worst punishment possible for a human being. The solitary confinement on prisons is an example.
People left on solitary for a long period will get mentally and physically ill over time.
Is it because people need people?
Well not exactly. Some people turns out to pets from whatever type, color and shape in order to cope with loneliness.
In this case they turn their pets into their companions.
They talk to then, they tend their needs, they hold then tight and call then sweet names.
Well basically they love then.
So can Love be the answer? Can Love be what people in the end need? The ability of been able to love and to be loved back.
People will stand everything if they love and fell loved for someone.
I had a friend that had a bad relationship with her boyfriend. He really mistreated her, not physically at that point, but by all other ways.
She has nice and beautiful and I several times asked her why she persisted to have that relationship that simply was tearing her apart. Why simply not move on.
Her answer was adamant:
-Because I love him, and I know that he also does in the deep of his heart!
I tried to point out that his love should be very deeply hidden indeed.
At this point she got mad and told me that I could not understand it, because I never had been that in love so I could not know.
At the end she did stop talking to me as, by her words, I was not interested in her happiness.
I really believe that it is Love that drives most of our actions.
Not Love as in sexually motivated, but the basic feel of belonging and to belong, of, in the end, a sense of completion. Humans do need to feel that they matter to someone and that someone matters to then.
At solitary confinement what breaks you in the end is the lack of interaction with others. But as long as you know that in the end you will get back to your group where they will manifest their support. If you do not have anyone to return to that the breakdown will be certain.
Because then you are lonely. Life becomes a succession of days and nights, and in the end a total emptiness will fill you as a person.
It is the same for people that for one reason or the other have their personal solitary confinements. Worst in their cases they feel more and more by each passing day that only death will put an end on it. At least prison solitary will have an end date.

Loneliness will empty you inside out.
Love, by the other end will feed you of those moments when you are holding hands with someone and the world simply vanishes and there is nothing then simply 2 people just in love by each other. Moments when everything makes sense, and you fell that your life is full and makes all the sense.
 It is the search to have then back again that motivates people to avoid loneliness throw bad relationships where most of the times those moments are gone for good.

Saturday, February 26, 2011

Writer's Block


Nos últimos 4 dias não consegui escrever nada de jeito.
Aparentemente estou a caminho de ser um escritor. Já tenho “Writer’s block”.
O “write’s block” na Tv consiste em escritores sentados, ou em computadores ou junto a  máquinas de escrever a olhar fixamente, ou para o blimp dum cursor, ou para um papel em branco. Noutros casos o papel/ecran não está completamente branco. Têm ou um titulo ou já têm uma primerira linha escrita. Normalmente do tipo:
 - Era uma noite fria de Outono.....
Ou
- Foi numa noite quente de verão....
Ou
- Estava sentado numa esplanada quando, surgida do nada, apareceu....

No meu caso foi a segunda opção que surgiu.
Tive várias primeiras linhas:
Uma foi:
“Hoje vim um homem a passear um cão...”
Outra foi:
“Hoje vim um avião no ar...”
Houve também:
“Hoje vim alguém a passar a ferro.”
E finalmente houve
“Há muitos anos atrás havia um a formiga, uma cigarra, um homem e um canguru....”

No meu caso também a página branca não existia. As diversas linhas originaram:
A primeira 2 histórias, a segunda outras 2, a terceira uma e a quarta outra.
Seis histórias que neste momento estão arrumadas no meu computador, mas todas elas inacabadas.
O que é estranho no meu “Writer’s Block” não é a falta de palavras para acompanhar as ideias iniciais. No meu o que falha é o encandeamento.
Normalmente as minhas histórias, a partir dum certo ponto, passam a ter vida própria e escrevem-se a elas próprias. Eu só as coloco no computador.
Nestes 4 dias aconteceu o mesmo, só que a direcção que cada uma tomava não era aquela que inicialmente eu pretendia. Isto é eu começava com uma ideia e quando dava por isso a história decidia ir nouta direcção.
Como tenho de acordar cedo para ir trabalhar, o limite de tempo para que cada história esteja pronta para ser publicada é a 1;00 da manhã. Como nenhuma conseguiu atingir esse limite, foram ficando na gaveta.

Hoje cá estou outra vez ainiciar uma história, mas desta vez vou deixá-la correr até ao fim e ver o que sai.

O “Writers block” é um velho conhecido. Não na escrita, mas em várias outras coisas. Nestas alturas tem outros nomes. “Juizo block”, “ Sensibilidade block”.. etc.
Estes block’s passam a vida a acontecer-me.
Basicamnte começo a fazer algo com uma intenção, mas depois parece que a coisa gnha vida própria e acaba numa direcção completamente oposta.
Vamos a um exemplo.
Há muitos anos, tinha todos os dias de apanhar um comboio para poder ir ao Liceu.
Esse comboio, ao chegar à estação, e antes de parar passava por um portão que era a saida que dava directamente para a rua do Liceu. Passava por lá mas ia parar cerca de 10 metros mais à frente.
Gajos do Liceu são como a gente sabe chicos espertos, desafiantes de todas as regras de bom senso.
Portanto ao longo de meses foi treinando a saída em andamento dos comboios, tentando-a elevar a uma arte. Ao fim de algum tempo era especialista.
O truque está em apontarmos para a direcção do movimento, descermos ao último degrau, agarrarmos ao corrimão da porta e lançarmos com toda aforça para trás e para fora. Sò podemos bater com um dos pés no chão e alongamos a passada o máximo que podemos até bater com o outro, nessa altura inclina-se o tronco para trás. Ao fim de 3 passadas para frente podemos andar normalmente e mesmo parar se quisermos.
Ao lancarmos para fora e para trás abandonamos e contrapomos a inércia provocada pelo movimento do comboio. Desta forma compensa-se já parcialmente a velocidade, o restante é eliminado pelo inclinar do tronco e pelas passadas finais. Normalmente 2, 3 passos são suficientes.
Outro dos truques é analisar a velocidade do comboio. Existe um limite imposto pelo primeiro  imapcto com o solo, e a passada. Se o impacto for muito a perna cede e portanto a passada seguinte será pequena, como a perna já está flectida o tamanho das passadas a seguir a essa é também mais pequeno. No limite pode-se provocar entorses ou uma corrida à Speedy Gonzalez a qual não é cool. Cool era fazer a coisa com 3 passos ou menos.
A coisa sempre correu bem e era giro ver pelo canto do olho a cara das pessoas quando se saia a voar do comboio, um misto de incredubilidade e de reprovação. Excelente para o ego dum gajo na puberdade.
Hoje não vou discutir o acto em si. Vou no entanto agora colocá-la no contexto da história de hoje.
O contexto hoje é coisas que se começam duma maneira e ganham vida própria com desfechos diferentes dos planeados originalmente.

Bom, um dia vinha num comboio e durante a viagem entrou uma das raparigas que eu achava ineressante na altura.
Já a conhecia, e conversámos durante toda a viagem. A certo ponto da conversa entrou o cinema e os filmes interessantes que estavam em exibição.
Para quem não saiba, na altura, quando se queria sair com alguém a única coisa que se podia fazer numa fase inicial era ir ao cinema. Meter o cinema ao barulho durante uma conversa com uma rapariga era uma fase obrigatória quando se queria fazer mais qualquer coisa para além de conversar em comboios.
Com o cinema metido à conversa. Nós os dois passámos à fase de quais os filmes que ela queria ver, aqueles que ela não tinha com quem ir.
È evidente que ir ao cinama com alguém e as amigas é um convite à desgraça. Para além de agradarmos a ela, temos que agradar às amigas, mas sem que agrademos de mais a elas. Por outro lado o uso da obscuridade da sla de cinema fica grandemente reduzido.
Sabendo quais os filmes que ela potencialmente queria ver, independemente das amigas permitia passar à fase seguinte que era colocar a ideia de eu tinha a mesma vontade de ver o mesmo filme.
Nesta altura dependente da reaçção podemos finalmente considerar colocar ou não o convite.
Nessa altura, uma rapariga e um rapaz irem ao cinema juntos ficava a um passo de namorar.
Pelo que a resposta ao convite, incluia sempre uma fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar”. Os “Sim” à primeira eram raros e estavam muito dependentes da parte introdutória.
A fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar” podia ser mais ou menos longa. Isto porque embora conversa fosse relativa ao filme ou ao cinema em global, a verdade é que o que se estava ali a discutir era o possivel e provável relacionamento entre 2 pessoas. Era sempre uma conversa que requeria tempo.
Bom portanto lá estou eu e ela, já conversámos de cinemas, filmes e filemes que gostaria de ver, mas acho que não tenho com quem ir e lanço a questão do se calhar podemos ir juntos. Ela reponde com o “ Se calhar podemos” .
Bandeira verde penso eu. Podemos passar ao convite.
Mas neese momento o comboio começou a entrar na estação aonde eu ia sair.
Assim caso entrassemos na fase do “Nâo” ,”Talvez”, “ Vou tentar” , era claro que não ia haver tempo para resolvê-la duma forma correcta. Ela também podia dizer “ Sim”, mas e ela o não fizesse. Pesei a questão durante uns momentos e finalmente preferi perguntar em que comboio é que ela ia voltar, disse-lhe que também voltava nesse e combinámos a carruagem para fazermos a viagem juntos.
Disse que ia sair ali e levantei-me. Ela disse que saia na estação a seguir, e fomos os 2 até à plataforma das portas.
Quando ela se levantou e veio comigo, fiquei com a certeza que se escolhesse o filme certo, iamos mesmo sair juntos. Como resultado comecei a andar num colchão de ar, e tudo à minha volta era lindo e maravilhoso, o comboio é maravilhoso, o revisor era maravilhoso, os outros passageiros eram maravilhosos, a estação era maravilhosa, o dia era maravilhoso.
Despedi-me dela, disse-lhe até logo, vim para a porta, desci o degrau, e naquele momento, por entre o quão maravilhoso era o mundo, e o colchão de ar em que eu andava, decidi que o que havia a fazer era o showoff do salto acrobático do comboio.
Então lá estou eu no degrau, olho para ela, digo-lhe adeus, pisco-lhe o olho e vrumm. Lanço-me para fora e para trás.
Se bem se recordam o truque está em apontar para o sentido de andamento do comboio, de modo a que com o salto para trás diminua a inércia inicial.
O problema foi que ao dizer adeus e ao piscar o olho, me agarrei ao corrimão errado. Pelo que quando me lançei em vez de estar apontado para a frente estava apontado para trás. Quando saltei em vez de diminuir a inércia, aumentei a velocidade inicial.
Uma décima de segundo após me ter lançado apercebi-me do que tinha feito, mas já era tarde e tive só tempo de me agarrar com toda força ao corrimão. Com todo o corpo lançado em voo, e como o corrimão era liso, as mãos foram deslizando pelo corrimão até ao local onde se prendia à porta. Enquanto escorregava ainda consegui olhar para a rapariga ver o ar entre incrédulo, assustado e desaprovador que lhe passava pelo rosto.
Como estava suspenso pelo suporte do corrimão, caí de rabo na plataforma e lá foi arrastado. Agarrado ao corrimão, cabeça ao nivel do degrau, rabo no chão, pernas a cair para a linha, sapatos a voar.
À minha volta ouvia os gritos, de dentro do comboio, da estação a gritar, o silvo do apito do chefe da estação, os travões a chiar,  quando alguém activou a paragem de emergência o barulho do ar comprimido a activar os travões. Eu com o rabo a começar a a ficar quente, a tentar levantar os pés para não bater nas traves da linha com um sucesso muito relativo.
Finalmente o comboio lá parou. Eu larguei-me do corrimão e subi à plataforma.
Todo o comboio com cabeças a assomar às janelas a olhar para mim, a rapariga branca agarrada ao varão a olhar para mim, toda as pessoas da estação aos gritos de ficou sem as pernas, caiu do comboio, o revisor a perguntar se estava bem e a perguntar se eu tinha escorregado, o chefe da estação a correr para mim. Todo o foco do local estava em mim. De repente lembrei-me que não tinha sapatos e disse ao revisor que me amparava pelo braço, que ia buscá-los. Ele ainda esboçou um protesto mas lá me larguou. Eu dirigi-me ao longo do comboio a coxear, desci à linha, agarrei os sapatos, calcei-os e fugi o mais depressa que podia.
Ao subir à outra plataforma diminui a velocidade para um coxear rápido, enquanto me desviava das outras pessoas em direcção à saida. Ao passar por elas ouvia-as a comentar entre elas que alguém tinha caido e que se calhar tinha ficado sem pernas. Todos os olhares virados para o comboio do qual tinha saido. Eu nem sequer olhei para trás, sempre à espera que alguém me parasse e me responsabilizasse pela paragem do comboio, pelouso do sinal de emergência, por toda aquela comoção. Quando finalmente sai da estação parei no primeiro lugar mais recatado que encontrei e dei uma vista de olhos ao meu estado. Casaco queimado pelo atrito, calças rotas, sapatos rotos no calcanhar, equimoses e escoriações várias. Tornozelo dorido. Tinha tido sorte.
Escusado é dizer que não voltei no comboio que ela ia apanhar. Mais, a partir dai, evitei durante meses a carrugem que eu sabia que ela apanhava. Quando a via ao longe enterrava-me no banco, num livro, atrás de alguém, só nunca me enterrei debaixo dos bancos porque nunca foi preciso. Só falei com ela muitos anos depois e básicamente foi um Olá.
Foi algo que começou duma maneira, ganhou vida própria e acabou duma forma muito diferente daquela que se estava à espera.
Este é o meu “writer’s block”.

Tuesday, February 22, 2011

The Game


Today I am kind of empty.
I already started 6 stories none of which was particular good. I am been dropping then altogether.
So up until now, I have been sitting at my computer listening to online radio and letting my mind just fly.
The fact is that I am felling a bit down. Not for any particular reason, or at least one that I can pinpoint. One that would allow me to point my finger at it and say:
-There you are, you rascal! Just stop bugging me, let me enjoy my music!
These downers are not new to me! Moments where everything seems so empty, seems so pointless.
On the old days I used to call then, my Vodka Eristoff moments, Black Label of course.
Once, in one of these moments, a friend of mine tried to get me drunk.
He tokes out a chess table, a bottle of Eristoff, a couple of glasses the size of the ones used for bourbon, and we went on a nice game of chess. The deal was to get a glass of Eristoff Black label per play. The Vodka was to be drunk in one shot.
So we started.
Pawn e2-e4 - Glass of vodka
Pawn c7-c6 - Glass of vodka
Horse g1-f3 - Glass of vodka
You get the drill....
For those of you, who do not play, I can say that, to open a chess game, meaning preparing pieces for attacking the opponent, it is necessary to do around 7-8 moves. These times 2 players, represents 14-16 glasses of vodka.
Also, chess openings are more or less standard, the moves are defined and do not require a lot of thinking. Therefore you can do a full opening in less then 15 minutes.
As we had to fill up the glasses, in 20 minutes we had 14 bourbon shots of Vodka.
It was a very interesting game.
The bottle did not survive the half of the game. I truly do not remember how much time the game took but and because as at a certain point, planning more then 2 moves ahead has quite difficult, I am sure that it was less then 90 minutes.
I do remember some parts of the game. One is my friend, at one point, just moved the queen onto my King and called "Check-mate". When I just toke his piece, he started to explain that I couldn't do that because the queen was protected by a bishop. When I asked him which bishop he realized that he had lost that piece 3 moves before.
I also remember one of the discussions regarding a new rule. If we promote a pawn to a pawn and get it back safe to our side, we should be able to promote it to King. At that moment it made perfect sense. It is hard to get a pawn to the opponent side safe. If with that we could promote it to a Queen, bringing it back should be rewarded with a King.
We never finished the game.
But for me this was the chess game I have had more fun with.
Sometimes now, I look back and I can not avoid feeling some sort of envy for that guy. Not because of the Vodka, or because of the game, just because he could do things just for the fun of doing then.

Monday, February 21, 2011

Perdidos e achados


Hoje estava a olhar para a parede da sala.
Não é que tenha uma parede fora do comum. É uma parede creme que começa no chão e acaba no tecto, ou talvez comece no tecto e acabe no chão.
É quase como aquela coisa do copo de caipirinha meio cheio ou meio vazio.
Se está meio cheio é uma boa oportunidade para o acabar de encher.
Se está meio vazio o melhor é acabar de o esvaziar para o voltar a encher.
Esta coisa do meio cheio, meio vazio é também muito importante na análise de mais coisas.
Uma é claramente as pinturas egipcias.
Existem corredores e corredores, papiros e mais papiros, todos meio cheios de hieróglifos e, ao mesmo tempo, desenhos e mais desenhos de pessoas, de deuses, de faraós, de gajas dos Faraós, de cães dos faraós, de gatos dos faraós, mas todas elas têm em comum, o ar de estar meio vazias.
Em aparte aponto o estranho facto de as gajas dos faraós não terem um nome genérico; existe rei e a rainha, imperador e imperatriz, marido e esposa, mas para faraó não existe faraoa. Mas adiante...
Isso das figuras meio cheias é um pouco estranho. Já que, se virmos bem, todos os restantes artifactos da cultura egípcia são cheios de curvas.
Basta ver ao vivo uma estátua duma gaja de qualquer dum dos faraó para perceber que em termos de curvas, os faraós tinahm muito em comum com o Hugh Hefner.
Portanto por um lado estátuas cheiinhas, por outro papiros meios vazios.
Eu cá acho que a razão da diferença tem a ver com os 3D.
Tuda a gente sabe que os egípcios foram visitados pelos estraterrestres. È essa a relação das dimensões das pirâmides é Pi. Os egipcios não podiam conhecer Pi, nomeadamente porque Pi é uma letra grega e não egipcia. Se Pi fosse egipcio tinha de se chamar Set.
Os extraterrestres quando visitaram os egipcios, para além de Pi, deixaram-lhes uns ocúlos 3D especiais que lhes permitiam ver os papiros a três dimensões.
Na realidade, se olharmos com atenção as imagens e as estátuas que ainda têm pintura, todas elas têm assim como uns círculos à volta dos olhos.
Estes círculos diz-se para aí, que são, pasme-se oh alma, maquilhagem.
Tenham paciência. Será que eles acham, também que o faraó fosse o tipo de homem capaz de andar com um ar gingão, um braço à frente, um outro atrás, chegar-se ao pé dum escravo e dizer com os seus olhos cheios de mascara azul:
- Olhe, tá a ver... Eu vou empurrá-lo.... tá a ver...... ali para dentro, tá ver..... onde estão aqueles crocodilozinhos, tá a ver..... Veja lá, tá a ver.... se se poê a jeito, tá a verrrr... para eu não estrgar as unhas, tá a ver....
Tenham paciência....
Lamentavelmente esse óculos, assim como, as respostas a várias perguntas, tais como, a data do fim do mundo, o Significado da Vida e "Aonde é que pára a Policia" perderam-se nas malhas do tempo.
Ás vezes dava jeito haver um seccção de perdidos e achados, lá para os lados da Antártida, onde se pudesse procurar e encontrar essas coisas que os egipcios e outras civilizações perderam.
Os gregos poderiam encontrar lá a estátua perdida de Zeus e utilizá-la para equilibrar o orçamento.
Bush poderia encontrar as armas de destruição maciça e recuperar algum amor próprio. Portugal poderia encontrar a Sanidade Mental que perdeu lá para os lados da batalha de Álcacer Quibir.
A última vez que a Sanidade foi vista, ia a correr desvairada, o vestido a esvoaçar atrás do D.Sebastião a gritar:
-Sebastião! Pára!!!!! Não vais para aí! Isso são lanças e elas picam!
Esse lugar de Perdidos e achados poderia, por outro lado, ser utilizado como nós usamos as arrecadações.
Sempre que não queremos algo coisa pômo-la lá. Rádios velhos, camas velhas, revistas velhas, as prendas das tias, etc.
Os gregos, por exemplo, podiam usá-lo para colocar lá o defice público.
Os portugueses poderiam colocar lá ...... sei lá...... hum..... o défice do estado..... não, se caiu 58% em 2 meses mais 2 e passamos a superavit; então poderiamos lá por a GALP... não, por assim atiravamos para o desemprego todos os 10 trabalhadores e os 20.000 gestores, supervisores, managers, etc; então poderiamos lá pôr os cacilheiros.... não eles ficam tão giros a atravessar o rio....
Na verdade desde que a sanidade mental se foi, a verdade verdadinha é que tudo nos faz faltapor uma ou outra razão. Faz-nos falta as revistas velhas, os 1.245 pregos, porcas e parafusos que ou sobrem das montagens dos móveis da Ikea, ou que de lá caiem ao fim duns meses. Faz-nos falta os 73 cm de fio de pesca que usamos à 20 anos num trabalho da escola. Faz-nos falta os serviços públicos que usam os prazos na totalidade e que no último dia, quando lá vamos colocam o selo branco num qualquer papel que entregamos há 2 meses.
Faz-nos falta porque realmente usamos todas essas coisas. Ao usá-las defenimo-nos como Povo – O Povo dos desenrascados.
O Povo dos conhecimentos e dos pequenos favores, o povo que usa um prego qunado não tem parafusos, o povo que usa o fio de pesca quando faltam as porcas, que usam as revistas velhas para enbrulhar as figuras de Natal.
De outro modo..... Deus me livre, podiamos ser suiços.....