Friday, March 4, 2011

Passar a ferro (part 2 de 2)


Bom lá estava eu com a cozinha inundada.
E, claro, na ponta oposta em relação à saida.
Lá foi eu splash, splash até à porta, tirei as meias e dobrei as calças.  Olhei para as 2 filas de roupa estendidas ao longo da cozinha, apaguei a luz e foi para a sala.
No dia seguinte tomei o pequeno-almoço na rua.
Quando voltei a roupa estava seca. Comecei a tirá-la da corda.
Roupa seca tem de ser colocada em algum lado. Não tinha cesto, portanto vai de pô-la nas costas duma cadeira da cozinha.
O problema se usar as costas das cadeiras é que a partir de certa altura, com o peso a cadeira cai. Quando cai para além do estrondo espalha tudo o que estiver nas costas pelo chão. Este facto, descobri-o, ia a meio da 2ª corda.
 Levantar a cadeira, apanhar a roupa do chão. Desta vez dividi-a entre as costas de várias cadeiras.
-Comprar cesto amanhã sem falta! - disse para mim.
Depois da roupa, tiro a corda. Olho para o chão e está imundo. Altura de o lavar.
Quando acabo tenho de esperar que seque.
Novo dia seguinte, nova camisa.
À noite trago o cesto e mais 2 camisas novas, não vá o diabo tecê-las.
Depois do jantar altura de finalmente passar a ferro a roupa.
Novo desafio.
Aparentemente o ferro, para engomar, necessita duma superficie lisa por baixo. Isto não ear por si um facto novo, só que por entre a dezena de camisas novas, a máquina, o ferro, o anti-calcário, a corda, o pendurador de roupa e o cesto já tinha gasto uma fortuna. Assim tinha decidido que para já iria usar antes a mesa da cozinha.
Portanto  puxei a mesa para o meio da cozinha, coloquei uma toalha, arranjei as cadeiras, coloquei o ferro em cima da mesa e... claro, o fio do ferro não chegava à tomada. Tinha de comprar uma extensão.
Alternativa de gajo.... rearranjei a mesa e lá consegui que o fio mais ou menos esticado ao longo da cozinha conseguisse chegar à tomada.
Liguei o ferro, termostáto no minimo. Livro de instruções do ferro.
Aparentemente os simbolos no termostáto tinham  significados como , lâs. Tecidos sintéticos, algodões.
Ora como lâs eu não tinha a questão era, o que raio é que é um tecido sintético.
As instruções diziam também que era normal que quando se ligasse o ferro pela primeira vez era possivel haver um pequeno cheiro a queimado.
Com a questão do tecido sintético em aberto, pôs o termostáto em algodão. Enquanto esperava que o ferro aquecesse, olhei para a roupa para decidir o que passar primeiro.
Inicialmente o que parecia mais fácil eram as calças.
Portanto comecei a separar as calças. Durante este processo começou a haver um ligeiro cheiro a queimado. Normal segundo as instruções.
Continuei a separar a roupa.
Meias não era preciso passar, portanto para um lado. Foi qaundo vi os lenços de pano estes sim eram os mais fácieis.
A questão do cheiro tinha-se intensificado. Mas só me comecei a preocupar quando comecei a ver fumo a sair do ferro. Fumo não estava nas instruções. Em lado algum dizia que era normal o ferro deitar fumo.
Levantei o ferro e lá estava a razão. Uma linda marca castanha na toalha da mesa. Aparentemente  o ferro de emgomar deixado ligado mo máximo em cima da toalha de mesa queimava a toalha.
Para além da tábua e da extensão agora precisava também duma toalha.
Procurei qualquer coisa para por o ferro em cima. O melhor que encontrei, na altura foi um prato virado ao contrário.
Lá comecei a passa os lenços. Até correu bem.
As coisas começaram a complicar com as calças.
A razão de eu pensar que as calças eram fácieis tinha a ver com o facto de as pernas se puderem dobrar usando as costuras como medida. Isso na parte de baixo funciona perfeitamente.
Mas à medida que se vai subindo ao longo da perna, e a não ser que a superficie de suporte seja lisa e que as calças sejam mantidas completamente esticadas, o que acontece é que o tecido começa a rodar e o vinco deixa de estar direito.
Ao 5º vinco aconteceu o que era esperado. Chateado lá pousei o ferro com mais força e pimba parti o prato.
Acabou a passagem de roupa por aquele dia.
Agora para além  da tábua, da extensão e da tolha precisava também dum prato.
Desliguei o ferro.
Novo desafio. O que fazer com o ferro quente.
Havia a hipotese de usar outro prato. Mas enaquanto estava a avaliar se podia partir outro, olhei para o livro de instruções. Lá estava uma fotografia. Aparentemente podia-se usar a parte de trás do ferro como suporte, ficando o ferro na vertical.
Não vou descrever o restante da minha longa caminhada ao longo da descoberta da passagem a ferro. Só mesmo referir que houve um dia em que descobri o que eram tecidos sintéticos.
Foi no dia em que ao passar uma camisola, metade dela ficou agarrada ao ferro de engomar e estive 2 dias a tentar limpá-lo.
Seem falar do dia em que descobri porque é que roupas de cor e brancas não se deviam lavar juntas.
Nesse dia ganhei uma coleção de vários artigos em tons rosa.
Só posso dizer, e voltando à questão da vaca e do bife, que pegar numa vaca e colocá-la num pedaço de plástico é garantidamente um processo muito mais fácil do que pegar num cesto de roupa suja e de colocá-lo na gaveta pronto a ser usada.

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