Friday, May 20, 2011

A vida é complicada! Mas pode-se sempre Complicá-la mais - Parte 2


A Cinderela passou por um banco de jardim, ao lado duma fonte. Como estava calor sentou-se. Começou a recapitular o que tinha acontecido. A expulsão do Principe pela CatWoman quando o apanhou debaixo do cobertor com a Fada Madrinha Junior. De como ele tinha ido viver com Mãe, e de como ela se lembrava de como se tinha tornado a Bela Adormecida.
A Cinderela por um lado achava o comportamento do Pai da Bela Adormecida muito egoista, mas também percebia o seu sofrimento e desespero ao enviar o pedido de socorro a todos os cantos do reino.
Enquanto a Cinderela passava as mãos, distraidamente, pela água fresca da fonte, começou a pensar no resto da história...


2 – A Rainha Má e a Branca de Neve

A Rainha Má tinha deixado de ser Rainha após ter caído em desgraça, quando se tornou pública a perseguição que tinha movido à Branca de Neve.
A exposição púnlica começou logo que o Príncipe acordou a Branca de Neve e se casou com ela.
Sentindo que grande parte dos habitantes do reino estavam do lado dele, ele não descansou enquanto não destronou a Rainha Má e a expulsou do Palácio.
Sem saber o que fazer, vendo-se sem reino, nem casa, a Rainha Má tinha olahdo para as suas as suas habilidades pessoais e rápidamente se apercebeu que havia muitas pessoas que não conseguiam adormecer facilmente. Fácilmente viu a potencialidade da sua poção mágica para tratar estes casos. Após alguns ajustes na dose, abriu a Companhia Maça Envenenada e começou a comercializar a nova dosagem dentro de apetitosas maças vermelhas. A estrada para o sucesso estava aberta.
Em poucos meses, a Rainha Má tinha conseguido voltar ao seu estilo de vida anterior.
No entanto, rápidamente atingiu uma elevada taxa de cobertura, pelo que se queria aumentar o número de potenciais clientes, começava a necessitar de expandir para outros reinos. O problema estava que na sua qualidade de Rainha Má deposta, era-lhe dificil negociar com outros Reis, já que antes mesmo de poder mostrar as qualidades do seu producto, recebia logo um rotundo “Não, Obrigado!”.
Quando recebeu a notícia do que tinha acontecido à Bela Adormecida, e a oferta duma recompensa pelo Rei, viu ali uma boa oportunidade. Compreendeu que caso conseguisse que a paga dos seus serviços fosse a possibilidade de comercializar o seu producto, outros reinos ficarima mais abertos às suas sugestões de negócio.
E de facto ela tinha a potencial solução já que à sua memória surgiu veloz o facto de o mesmo Príncipe que a tinha expulsado, tinha também uns lábios curativos responsáveis por acordar a Branca de Neve do seu sono induzido por uma dose muito forte do seu elixir. Se conseguia isso, de certeza que acordar a Bela Adormecida seria uma tarefa fácil.
A questão era como poderia sequer chegar perto do Principe.
Primeiro imquiriu junto dos seus colaboradores.
Rápidamente descobriuu que a Branca de Neve tinha vivido somente alguns anos com o Príncipe.
Embora o Príncipe tivesse uns Beijos espectaculares, raramente sentia a necessidade de os usar. Gostava mais de passar o tempo a cavalgar pelos bosques, a caçar javalis, a beber canecas com os amigos e a dar beliscões às empregadas das tabernas.
Com o tempo, sem nada para fazer durante o dia, e com menos que fazer durante a noite, a Branca de Neve começou a relembrar os tempos em que vivia com os Sete Anões. A sensação de se sentir realmente necessitada, e de que o que fazia era valorizado, começou sorrateiramente a entrar na sua mente, até que se tornou permanente.
Por outro lado a ideia de quão sem sentido a sua vida era naquele Palácio, onde ninguém lhe prestava atenção, cada vez mais a fazia sentir vazia e sem valor.
Era bem verdade que nenhum dos 7 Anões sabia beijar bem, mas também era verdade que cada vez mais os beijos do Príncipe eram mais lembranças do que reais.
As duas ideias começaram-se a misturar até que um dia passaram a ser uma sensção única, que lhe apertava o coração quase duma forma física. A partir de certa altura dessa angústia nasceu naturalmente a sensação que o seu lugar possivelmente não era no Palácio mas no sitio onde a sua presença fazia a diferença.
No entanto uma parte dela continuava a desejar fiacr como Principe, pelo que sempre que a ideia de fugir ficava masi forte, ela encontrava mil e uma razões para a adiar.
Até que um dia, ao encontrar o Príncipe abraçado a uma das criadas, viu que nada iria mudar e que não havia qualquer razão para adiar o inevitável.
Agarrou nalgumas roupas mais confortáveis, e fugiu do Palácio de volta à casa dos Sete Anões.
Chegou no dia seguinte perto da hora de jantar. As lágrimas cegaram-na de alegria quando viu e as saudades de todos os 7 Anões lhe atordoaram os sentidos.
Eles quiseram logo fazer uma festa de boas vindas, e tiraram do armário a loiça especial de festas. Durante o jantar ela contou a sua história e recebeu em troca a compreensão de todos eles. Depois comeram, cantaram e dançaram até altas horas da Madrugada.
Quando acordou no dia seguinte, com a luz do sol beijando-lhe os lábios, sentiu esse beijo como se fosse uns dos beijos iniciais do Príncipe. Era amada, era necessária, era querida. Era ali o seu lugar.
O Príncipe por outro lado demorou algumas semanas a perceber que a Branca de Neve se tinha ido embora.
Na verdade, se não fosse uma semana com chuvas particularmente intensas que não permitiam cavalgar, possivelmente ainda demoraria mais algum tempo. Quando chegou ao quarto da Branca de Neve e o encontrou vazio, mandou-a procurar pelo Palácio.
Após alguns dias de buscas, finalmente compreendeu que ela tinha desaparecido. No entanto, como entretanto o bom tempo tinha reaparecido, só passada mais uma semana, resolveu tentar esclarecer a questão do desaparecimento.
Mandou chamar a sua Fada Madrinha.
A Fada Madrinha tinha sido uma herança da parte da mãe. Normalmente as Fadas Madrinhas são atribuídas a Princesas. Tinha sido a mãe que após sucessivos acidentes de caça, tinha decidido que o filho ia necessitar duma Fada Madrinha.
Inicialmente a Fada Madrinha não queria sequer falar do assunto.
As Fadas Madrinhas eram para Princesas, dizia ela, para os Príncipes existem os Mordomos. Mas a Rainha tanto insistiu, tanto insistiu que por fim a Fada Madrinha cedeu, muito devido à amizade profunda que ligava as duas.
Com o tempo, no entanto, os sucessivos disparates e dislates do Príncipe tinham-a desgastado emocionalmente, e a Fada Madrinha andava já há algum tempo, há procura duma maneira de se desligar da promessa feita há tanto tempo atrás à rainha mãe.
O casamento com a Branca de Neve tinha permitido começar o processo de afastamento. Logo não ficou nada satisfeita quando foi chamada ao Palácio.
-A Branca de Neve desapareceu! – começou a dizer o Príncipe – Quero que a encontres e tragas para mim!
- Desapareceu mas desapareceu quando? – perguntou a Fada Madrinha, sentindo-se simultaneamente alarmada e incrédula.
- Bem… - começou o Príncipe – Eu dei por falta dela há cerca de 15 dias. Mas após falar com os servidores do Palácio, parece que ninguém a vê, há cerca de 2 meses.
- Deixa ver se percebi?! – disse a Fada, o alarme completamente substituído pela incredubilidade - Vossa Alteza não sabe dela há 15 dias, deve ter desaparecido há cerca de 2 meses e só hoje me manda chamar??
- É! Tenho estado muito ocupado. Nos últimos meses o tempo tem estado particularmente bom e a caça tem sido excelente.
- Humm! Algum dos servidores encontrou alguma prova de violência, de que ela tenha desaprecido contra vontade.
- Não! Aparentemente esfumou-se em pleno ar. Num momento estava aqui, 2 meses depois não estava.
- Compreendo! – disse a Fada.
O que ela não disse mas pensou, foi que compreendia muito melhor a Branca de Neve. Ela própria estava tentada a desaparecer também.
- Irei procurá-la e informarei Vossa Alteza.
A Fada não precisou de muito tempo para descobrir a Branca de Neve. De longe vigiou-a durante umas horas. Viu o ar feliz com que ela estava, a cor que lhe cobria a alvura da pele, na maneira leve e despreocupada com que andava de um lado para outro. Quando os 7 Anões chegaram, viu também a maneira como olhavam para ela, misto de amor e dedicação.
Voltou para a sua casa e mandou uma mensagem ao Príncipe.
Nela dava conta da sua intenção de procurar a Branca de Neve por todos os meios ao seu alcance. No entanto queria avisar desde já que tal busca ia ser difícil devido ao longo tempo que ia desde o desaparecimento efectivo até agora. No enatnto logo que tivesse alguma novidade lhe diria alguma coisa.
Depois abraçou o seu Mordomo e disse-lhe.
-Acho que a minha ligação ao Príncipe terminou. Chegou à altura de nós próprios nos dedicarmos a nós.
O Mordomo ficou muito feliz e pedi-a em casamento. Dessa ligação nasceria mais tarde a Fada Madrinha com queda para os cobertores.

Fim capitulo 2

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